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O FUTURO DO TRABALHO

O FUTURO DO TRABALHO DAQUI HÁ 20 ANOS: UMA PREVISÃO

Mais cocriação e menos hierarquia

Trabalho será redefinido por mais tecnologia e por competências sociais e interpessoai

Maíra Amorim

Menos hierarquia, mais cocriação e colaboração. Menos empregados, mais empreendedores. Menos rigidez, mais multidisciplinaridade. Essa são algumas das tendências apontadas por especialistas ouvidos pelo Boa Chance para o futuro do trabalho nos próximos dez a 20 anos. Tudo permeado por tecnologia, cada vez mais tecnologia, em suas diversasa formas, direta ou indiretamente.
- Nas próximas duas ou três décadas haverá também mudança significativa na produção, com a generalização de impressoras 3D e máquinas de corte computadorizado. Muitos produtos serão feitos pelas próprias pessoas em vez de serem comprados. e haverá mais peer-production (produção colaborativa). Muitos serviços também serão prestados cada vez mais em rede - acredita Augusto de Franco, especialista em redes sociais e criador do Escola de Redes.

Para Adalberto Cardoso, sociólogo e diretor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a tecnologia da informação transforma o trabalho e suas relações de três forma principais:
- Tem muita coisa acontecendo, em muitas direções. Há ocupações que foram substituídas pelas máquinas, outras que têm seu conteúdo transformado por elas e há, ainda, novas ocupações que surgem por conta das novas tecnologias - destaca Cardoso, acentuando que, daqui para a frente, a tendência que mais deve ocorrer é a mudança de conteúdo de carreiras que já existem. - Não houve uma só coupação que não tenha sido afetada pelas novas tecnologias.

PROFISSÕES DO FUTURO JÁ NO PRESENTE

Pesquisa de 2010 do Programa de Estudos do Futuro (Profuturo) da Fundação Instituto de Administração (FIA), de São Paulo, apontava 20 novas profissões que surgiriam até 2020. Algumas delas, inclusive, já estão aí, ainda que sob nomenclaturas distintas. Entre elas: gerente de marketing e-commerce, de propaganda on-line, de inovação, e de ecorrelações, conselheiro de aposentadoria, coordenador de desenvolvimento de força de trabalho e educação continuada, bioinformacionista, técnico em telemedicina e coordenador de terceirização offshore.
- Até 2020 as pessoas demandarão cada vez mais serviços que facilitem as suas vidas e tragam comodidade, buscando maior qualidade de vida. Haverá um crescimento do uso da internet, com mais pessoas tendo acesso, mais pessoas fazendo compras na rede, pesquisas - aponta Renata Giovinazzo Spers, coordenadora do Profuturo e professora de Administração daUSP. - Das carreiras apontada pela pesquisa, o principal em termos de semelhança é o cargo de gerente de marketing e-commerce, que é bem parecido com o que já temos hoje.

Em um futuro mais distante, pós 2020, os cargos, porém tendem a ficar cada vez menos importantes. E a inteligência emocional estará a cada dia mais em alta. É o que acredita Marco Túlio Zanini, professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebape) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
- A competência vai se sobrepor ao cargo: o cargo em si tende a desaparecer, a não ser em indústrias muito tradicionais, mais orientadas por processos. Mas o que a gente percebe é uma orientação grande para profissões que estarão baseadas em competências, unindo tecnologia com com aplicação intensiva do conhecimento. As profissões vão trabalhar muito mais as competências sociais e interpessoais.

No novo cenário, a colaboração também tende a crescer, sobretudo com a criação de coletivos, que já começam a surgir no Brasil e em outros países.
- O surgimento de coletivos de cocriação começou na área de artes e teatros, mas hoje está em quase todos os setores voltados para o mundo do consumo em geral. São jovens que se juntam, às vezes como uma empresa, às vezes capitaneados por uma ONG. É uma tendência que deve se disseminar e cujo resultado só vamos perceber daqui a algum tempo: no coletivo, as pessoas têm suas capacidades dinamizadas - pontua Adalberto Cardoso.

Silvio Meira, cientista-chefe do Centro de Estudos de Sistemas Avançados do Recife (Cesar) e preseidente do Conselho do Porto Digital do Recife, lembra a declaração do gerente de RH do Google, Laszlo Bock, de que, um profissional contratado pela empresa hoje em três anos poderá está fazendo algo totalmente diferente daquilo que foi designado.
- Vamos varrer de vez a noção da empresa que contrata alguém para fazer a mesma coisa o resto da vida. Isso impõe demanda de aprendizado contínuo e readaptação, o que exerce uma pressão imensa sobre as pessoas - diz Meira.

Essas modificações nas relações de trabalho serão responsáveis também por impulsionar o empreendedorismo. embora não haja expectativa, nos próximos dez a 20 anos, de a atividade empreendedora ultrapassar o emprego.
- Há uma expectativa de aumento da participação das atividades empreendedoras, chegando a ficar entre 15% a 20% da população economicamente ativa com alguma atividade empreendedora em 2020 - cita Renata Spers.

Adalberto Cardoso concorda com a tendência de crescimento do empreendedorismo no período, mas alerta para o fato de que, hoje, no Brasil, o empreendedor por necessidadde ainda é maior que o empreendedor por oportunidade.
- Nas estatísticas do IBGE, é possível ver que a maioria dos trabalhadores por conta própria estão nessa condição porque não conseguem voltar ao mercado de trabalho, mas adorariam poder retornar. O empreendedorismo deve crescer tanto no sentido de formalização de empreendimentos, como na inovação, já que há mais incentivos do governo.

O desemprego, aliás, registra o IBGE, vem melhorando no país nos últimos 20 anos. Em 2012 a taxa nas seis principais regiões metropolitanas fechou em 5,5%, contra 12,4% em 2003 - o que representa que de 6,9% em dez anos. No período, cresceu o número de empregados com carteira assinada (39,7% para 49,2%).
- A pesquisa mensal de emprego mostra a evolução nos últimos dez anos da redução do desemprego em função do aumento de vagas, da formalização e do poder de compra da população. Mais jovens, mulheres e pessoas pretas ou pardas ainda têm dificuldade de se inserir - aponta Cimar Azeredo, gerente de PME e coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. Na expectativa de que os índices sigam evoluindo positivamente, espera-se cada vez menos hierarquização dentro das empresas.
- A maior transformação trazida pela internet foi a verticalização das relações de trabalho e a redução da burocracia e do formalismo - aponta o economista e empresário Jack London, lembrando que, há poucos anos, a correspondência entre dois executivos de cidaddes diferentes poderia demorar de dez a 12 dias para chegar. - a relação direta entre todos gera uma dinâmica que se reproduz naas práticas de trabalho, cada vez mais acelerado e produtivo.

fonte: Boa Chance

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