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SUICÍDIO: SILÊNCIO E TABU QUE MERECEM ATENÇÃO






Pelas mais diferentes razões, muito mais gente do que se imagina já pensou em suicídio. Segundo estudo da Unicamp, 17% dos brasileiros já pensaram seriamente em dar fim à sua vida, 4,8% chegaram a criar um plano para isso. É bom saber que a maioria das vezes é possível evitar que esses pensamentos suicidas se tornem realidade.

A primeira medida preventiva é educação: importante deixar de ter medo de falar sobre o assunto, derrubar tabus e trazer a todos informações sobre o tema. Como no passado, a lepra, as doenças sexualmente transmissíveis ou câncer, a prevenção se tornou bem sucedida quando as pessoas passaram a conhecer melhor sobre estes problemas. 

Saber quais as principais causas e as formas de ajudar pode ser um passo importante para reduzir as taxas do suicídio no Brasil, onde hoje tem 25 pessoas por dia que tiram a própria vida. Por isso é bom deixar de lado o preconceito e conferir alguns dados básicos sobre o assunto.


​SIM, PENSAR EM SUICÍDIO FAZ PARTE DA NATUREZA HUMANA​

Como podemos definir suicídio?  É um gesto autodestrutivo,  concretização do desejo de morrer, acabar com a própria vida. Embora seja uma escolha, é uma ação que tem graves implicações sociais. A prática do suicídio está presente em todas as idades e classes sociais. A cada 40 minutos, cada pessoa se mata no mundo, num total de 1 milhão de pessoas todos os anos. Aproximadamente 10 a 20 milhões de pessoas tentam suicídio a cada ano. Em cada suicídio, seis a dez pessoas são diretamente afetadas, sofrendo sérias consequências difíceis de serem reparadas.

 O que leva uma pessoa a se matar? As causam podem variar bastante, mas em geral tem relação com o desejo de aliviar pressões externas como cobranças, sociais, culpa, remorso. depressão, ansiedade, medo, fracasso, humilhação etc.

Como se sente quem quer se matar?  No momento que lhe vem a ideia, a pessoa entra em conflito. É um estado interior chamado ambivalência. Ela busca atenção por se sentir sozinha, ignorada. Esta sensação de estar só é algo sentido de modo muito intenso e insuportável. Muita gente tem o desejo de atingir os outros, querendo que sintam a mesma coisa que ela num revide, praticando o suicídio. Outras pessoas sentem vontade de desaparecer, ir para um lugar calmo, uma situação melhor. Uma necessidade de encontrar paz, um final imediato para as situações que causam tormento e que a consomem.

 O sentimento e o impulso suicida são normais? Pensar em suicídio é algo que faz parte da natureza humana sendo estimulada pela possibilidade de escolha. O impulso é considerado uma reação natural que pode se ampliar em casos da pessoa se sentir muito sobrecarregada emocionalmente, fragilizadas diante de situações que despertam possibilidade de suicídio.

Quem se mata mais, meninos ou meninas?  Meninos costumas chegar mais às vias de fato do que meninas que tentam mais do que meninos. Esta tendencia acompanha os adultos, por questões culturais, preconceitos, costumes sociais. 
1 suicídio a cada 40 segundos.

QUEM TENTA SUICÍDIO PEDE AJUDA

O suicídio está vinculado a alguma doença mental? O suicídio é resultado de uma crise maior ou menor, variando de pessoa a pessoa. É ligado muito mais a um momento crítico que pode ser superado do que uma doença mental. As pessoas correm menos risco de se matar quando aceitam ajuda.

Pessoas que ameaçam se matar podem desistir da ideia? Sim. ao receber ajuda preventiva ou oferta de socorro, diante de uma crise, podem desistir no momento que colocam para fora seus sentimentos, ideias e valores, modificando deste modo, seu estado interior. Essa ajuda pode vir de pessoas comuns, ligadas a organizações voluntárias como CVV que se dedicam à prevenção de suicídio - voluntários que ouvem aqueles que estejam passam por uma crise, um momento de desespero. O apoio pode vir de profissionais, contribuição importante em cado de descontrole. São duas possibilidades de ajuda reconhecidas no mundo, pois apresentam bons resultados.

As pessoas que tentam me matar pedem socorro? Quando o suicídio parece uma saída, há um impulso de pedir ajuda em momentos graves resistindo ao desejo de autodestruição. De repente as pessoas se veem diante de sentimentos opostos o que faz com levem em conta a possibilidade de lutar e continuar vivendo. Encontrar alguém que tem disponibilidade de ouvir e compreender os sentimentos suicidas fortalece o desejo de viver.

Quem está perto pode ajudar? Sim. Ter a disposição de ouvir sem criticar ou julgar pode se de grande ajuda.


Como o suicídio é visto pela sociedade? O suicídio sempre foi visto como tabu entre a maioria das pessoas. Assunto que é visto como agressão à várias crenças religiosas. Por outro lado, os homens não sentem à vontade para falar de morte por temerem mostrar fragilidades, limites. Este tabu piora a situação de muitos. Mesmo aqueles que seguem uma religião que condena o suicídio, podem dar fim à sua vida.

O mundo atual tem influência no número de suicídios? Pesquisas mostram que não são apenas por questões demográficas e populacionais, mas situações sociais que afetam o bem estar das pessoas favorecem o suicídio. Nossa sociedade vive com diversas situações de agressão, competição e insensibilidade, campo fértil para o surgimento de diversos transtornos emocionais. O antídoto neste momento se refere ao sentimento humanitário que algumas pessoas têm.

Quais as estatísticas do suicídio no Brasil? No caso do Brasil, são de 6 a 7 mortes por 100 mil habitantes, bem abaixo da média mundial - entre 13 e 14 mortes por 100 mil pessoas. O que preocupa é que enquanto a média mundial permanece estável, no Brasil há um crescimento, sendo o maior registro entre jovens.


​O suicídio pode ser prevenido?​ Sim. Desde que haja condições mínimas para oferta de ajuda voluntária ou profissional, na visão da Organização Mundial de Saúde - OMS. No Brasil, o CVV - rede voluntária de prevenção - atua neste sentido há mais de 50 anos. Recententemente foi iniciado um mapeamento para a atuação mais efetiva de políticas públicas focadas em prevenção.

Quem oferece ajuda para pessoas com intenção de se matar? Por questões econômicas ou outras razões, uma pessoa pode desejar não procurar um psicólogo ou psiquiatra, mas podem recorrer ao CVV (Centro de Valorização da vida) que são voluntários que oferecem apoio emocional gratuito. E já existem programas de saúde pública que oferecem este serviço em algumas regiões do Brasil. Há portanto uma grande rede de apoio voluntário por meio de telefonia, internet e atendimento presencial. O CVV atende por telefone, chat, Skype, e-mail e pessoalmente, além de realizar atendimentos especiais em caso de eventos e catástrofes. São 2.200 voluntários treinados para ouvir e compreender as pessoas que estão abaladas emocionalmente e correm sério risco de vida.
90% DOS SUICÍDIOS PODEM SER PREVENIDOS.

Ligue 141
http://www.cvv.org.br/

Regina Bomfim

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