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VOCÊ NÃO ESTÁ CONECTADO DEMAIS? E QUANDO É O CHEFE QUE CHAMA?






LEVAR TRABALHO PARA CASA E RESPONDER E-MAILS NAS FOLGAS PODE SER CONTRAPRODUTIVO


Há muitos profissionais que se apresentam como digital nomad, aquele que executa seu trabalho em qualquer lugar do mundo, sem precisar de um escritório. Para eles, esta liberdade é muito valorizada e não se incomodam de fazer um serviço no meio de uma viagem de lazer. Com o passar do tempo, alguns passaram a desacelerar porque estar conectado todo tempo pode ser desgastante.


Verdade que o profissional não segue mais aquela trilha clássica do MBA, de construir sua carreira e ganhar reconhecimento numa conceituada corporação. Pode-se buscar sucesso legitimado pelo número de likes, e não por diplomas e títulos.

Estar na rua ou em casa, é estar trabalhando. Apostar neste estilo de vida começa a revelar o seu preço com vida pessoal e profissional fundidas começando a haver um desejo maior de contato com a família e amigos. 

Encontrar um "caminho do meio" nestas novas relações de trabalho, ainda não é claro. As ferramentas de comunicação se sofisticaram, o trabalho invade cada vez mais a vida pessoal e o mercado se dinamizou. Estar permanentemente conectado pode ser contraproducente e levar ao adoecimento.

Países com legislações trabalhistas mais adiantadas como a França, começam a tomar providências sobre a questão. Pesquisas mostram que 10% dos seus trabalhadores correm sérios riscos de sofrer um Burn out e isso acendeu alguns alertas.

O país tem um projeto de lei que visa limitar a troca de mensagens virtuais entre empresas e seus empregados nos horários de descanso acrescentando que também há um acordo sindical com as companhias de tecnologia que já impede a comunicação fora do horário de trabalho, beneficiando 250 mil trabalhadores.

Pessoas varam a madrugada respondendo e-mails por medo de perder o emprego. E, num período como vivemos no Brasil, isso fica ainda mais evidente. Importa que as empresas também cuidem disso, já que este comportamento pode provocar danos aos empregados, leia-se, o ônus da ausência física à produtividade, além custos com a saúde do profissional afastado.  Na realidade, empresas que adotam estas práticas, demonstram falhar em seus planejamentos e clareza de objetivos no seu cotidiano.

Profissionais têm procurado estabelecer limites como um tempo fixo distante dos aparelhos buscando estar mais com a família.

O EXCESSO DE IMEDIATISMO PREJUDICA O VALOR DAS DECISÕES

Exageros por parte das empresas podem parar na justiça, caso os trabalhadores sejam prejudicados por essa práticas

Anderson Sant´anna, coordenador do Núcleo de Desenvolvimento de Pessoas e Lideranças da Fundação Dom Cabral, diz que essa necessidade de estar conectado 24 horas por dia tem nome: "presentismo patológico".

- A pessoa acha que tem que responder ao chefe em 30 segundos - comenta ele - Mas os profissionais precisam lembrar que, ao contrário dessa instantaneidade toda, muitas decisões exigem reflexões. e esse comportamento pautado na rapidez é mais suscetível de erros e respostas indevidas.

Para quem se sente pressionado, Sant´anna recomenda um questionamento sobre que é mais importante: a qualidade ou a velocidade do trabalho?
- Se a pessoa foi contratada por sua competência, tem que entender isso e conversar com os gestores sobre os seus limites. Tem que deixar claro qual o papel dela na companhia e fazer com que os demais conheçam e respeitem a sua agenda e os horários em que está disponível. - recomenda ele.

A alta disponibilidade só é válida em profissões que afetam diretamente a vida de terceiros, como profissionais de saúde. Fora isso, na maior parte das vezes, é fantasia. Não vai ser por uma ou quatro horas que uma decisão vai renovar o universo.

Sob aspecto legal, trabalhar nas horas de folga não é camaradagem. Respeitar a legislação trabalhista e o bem estar dos funcionários são questões fundamentais.

A Constituição assegura a todos o direito ao lazer. Se a empresa obriga o funcionário a responder e-mails e telefonemas fora do horário, o funcionário estará no chamado "regime de sobreaviso" e terá que ser remunerado por isso. Ele não estará em repouso e pode ser chamado a qualquer momento, isso não significa descanso. Se a empresa usa em excesso esta prática configura alienação social fruto do excesso de trabalho, negação do direito constitucional de lazer e outros danos aos direitos fundamentais do trabalhador.

Havendo abuso nítido, tanto o Ministério Público quanto o Ministério do Trabalho podem ser acionados. O empregado pode pedir indenização por danos morais pela ausência do repouso obrigatório assim como pedir ressarcimento pelo tempo que ficou à disposição da empresa de acordo com a legislação trabalhista.

Regina Bomfim









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