Pular para o conteúdo principal

ALIENAÇÃO PARENTAL

ALIENAÇÃO PARENTAL

POR LUCIANA SADDI
fONTE: fOLHA DE SÃO PAULO
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), desde meados de 2010, prevê punição para quem comete alienação parental. Isso significa que mãe, pai ou avós, podem ser punidos pela lei se atuarem para dificultar o contato do menor com um dos genitores ou se atuarem no sentido de desqualificar ou destruir a imagem de um dos responsáveis pelo menor.
 
Havendo condenação os culpados estarão sujeitos ao pagamento de multas, perda da guarda e a detenção de seis meses a dois anos. O Estado passa a regular e a normatizar os familiares, visando proteger a família e coloca em evidência a questão da Alienação Parental, reconhecendo os prejuízos materiais, afetivos e emocionais decorrentes dessa atitude.
O principal motivo que leva um genitor a desqualificar o outro genitor e a desestimular os filhos a terem contato com o mesmo é a dificuldade em elaborar o trauma da separação. O genitor, ao não aceitar o fim do casamento, pode ser tomado pela melancolia e pela dor intensa. Esses fortes sentimentos geram ódio e sede de vingança. É quando ressentimento se instala. O ressentido crê que pode prejudicar livremente, que é seu direito, pois se sentiu muito lesado. Não poupa os filhos e coloca em risco o desenvolvimento psicológico deles. Não consegue perdoar.
Por sua vez, os que se deixam alienar podem estar deprimidos, conformados demais a uma posição de vitima. Uma espécie de masoquismo moral pode se apoderar deles. Alguns repetem a própria história de abandono e de perdas, pois sofreram na infância ou juventude traumas dessa ordem. Outros parecem impotentes e incapazes de lutar pelos filhos que saem bastante castigados dessa situação.
Crianças são usadas com facilidade pelos pais que acreditam que seus filhos são seus joguetes. A dependência infantil é a principal arma para perpetrar o crime de apagar parte da história de alguém. A culpa em relação ao genitor alienado ocorre quando o filho percebe que foi vitima e cúmplice desse tipo de estratégia maligna. A desconfiança de quem patrocinou a alienação se instala de forma avassaladora, pois a situação é desconcertante.  A dor causada pela mentira é muito violenta.

Dor que gera dor, violência que gera violência. A lógica da Alienação Parental é a antítese do perdão. A impossibilidade de superar, marca psíquica do progenitor, se torna uma posição insuperável para o descendente, que não têm como reparar ou modificar o passado. A Alienação Parental é uma tragédia.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

UM DIA..

  QUE UM DIA... A vida que se apoia no futuro, nos ideiais, tira muito do alvo que é viver no presente. Nossa! Falar em viver o presente é quase como sair numa missão pelo mundo, tipo todos esses filmes fantásticos, em busca de um objeto valioso... Tanto se fala, pouco se sabe e experimenta. Mas a vida segue nos seus dias que ensinam para os atentos e desatentos (que somos). Cada vez mais creio que a maturidade é um estado de atenção capaz de permitir que cada um desfrute de sua existência de modo cada vez mais intuitivo, simples, leve, natural. E nesta trilha que seja possível um dia se divertir com o fato de ser alguém único. Quando ouço o canto dos pássaros, o barulho do vento balançando as folhas das árvores e tantas cores que chegam aos meus olhos, penso que os sons e imagens que vejo e ouço, falam da diversidade, da singularidade como uma Lei da Natureza... No caminhar da Humanidade parece ter sido uma das leis mais desrespeitadas, o que acaba por produzir muito sofrimento de to

GUARDA COMPARTILHADA

Terapeutas Comunitários, psicólogos e outros que trabalham no Tribunal de Justiça e/ou outro órgão Jurídico . . . Foi aprovado O projeto de Lei da Guarda Compartilhada. O motivo desta informação vir por aqui, é porque também trabalhamos com família e se faz importante que profissionais, assistentes sociais, advogados, PAIS E MÃES, tenham consciência do que representa esta lei e sobretudo, a importância da CONVIVÊNCIA dos filhos com ambos os Pais. Neste link http://fotojornalismo.fot.br/arquivo/details.php?image_id=2014&sessionid=e99a880ac6d8b09e41e0d77fc44a3b87 é possível baixar uma cartilha sobre o assunto. Para discussão detalhada sobre o assunto, sugiro as seguintes associações no Brasil: PAIS PARA SEMPRE: http://paisparasemprebrasil.org/ http://pais-para-sempre.blogspot.com/ PAI LEGAL http://www.pailegal.net Associação Pela Participação de Pais e Mães Separados na Vida dos Filhos: http://www.participais.com.br/ Associação de pais e Mães Separado

ERRAR E HUMANO, PERSISTIR NO ERRO É BURRICE!

  ERRAR E HUMANO, PERSISTIR NO ERRO É BURRICE ! Errar é humano e não tem quantidade, tem o momento que a pessoa compreende algo. Um processo de aprendizagem pode ter várias camadas, até mesmo a camada do pensar ter entendido o que ainda de fato não entendeu. Uma experiência pode ter muitos aspectos que vão sendo revelados na sua execução e talvez leve um tempo para compreender e executar com excelência. Uma criança que aprende a andar experimenta sem a "pressão de ser vista como" incompetente.  "Quebrar a cara" quantas vezes for necessário é uma liberdade desde sempre em posse de cada um. E é um exercício se permitir a liberdade de experimentar. Um exercício. Isto também se aplica no desenvolvimento de competências emocionais. O perfeccionismo é diferente de dar o seu melhor. Dar o seu melhor é diferente de perseguir de modo obsessivo o "controle pleno" da situação. Quase sempre a resposta a isso é frustração e desgaste. Sempre vai ter alguém pra botar def