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Mostrando postagens de janeiro, 2014

NO ENTARDECER DOS DIAS DE VERÃO ÀS VEZES: MOMENTO DE POESIA

" No entardecer dos dias de Verão, às vezes, Ainda que não haja brisa nenhuma, parece que passa, um momento, uma leve brisa… Mas as árvores permanecem imóveis Em todas as folhas das suas folhas E os nossos sentidos tiveram uma ilusão, Tiveram uma ilusão do que lhes agradaria… Ah, os sentidos, os doentes que vêem e ouvem! Fôssemos nós como devíamos ser E não haveria em nós necessidade de ilusão… Bastar-nos-ia sentir com clareza e vida E nem repararmos para que há sentidos... Mas graças a Deus que há imperfeição no Mundo Porque a imperfeição é uma coisa, E haver gente que erra é original, E haver gente doente torna o Mundo engraçado. Se não houvesse imperfeição, havia uma coisa a menos, E deve haver muita coisa Para termos muito o que ver e ouvir…" Fernando Pessoa como Alberto Caieiro

LOUVANDO O TEMPO EM SUA MUTAÇÃO

  Esta dimensão mutante do tempo muitas vezes nos escapa quando passamos por um longo período de alegrias, dores ou incertezas e aí achamos que tudo permanecerá do mesmo modo. Permanecer do mesmo modo tanto tentando congelar uma alegria e até mesmo uma dor é ter a ilusão de impedir o fluxo de vida que encontrará em nós e até fora de nós um modo de sinalizar a necessidade de reinventar nossos rumos. Depressão, ansiedade, um corpo que dói, uma alma que sangra em silêncio...  Admitir isso nem sempre é fácil, é um exercício de buscar não abafar os sentimentos porque a forma como nos sentimos conosco mesmos determina as pessoas e experiências que vivenciamos.   Nunca pensar que nosso tempo "acabou", que a felicidade é um tempo que não volta mais. que tudo está fadado a ser permanentemente o mesmo. A gente não sabe, a gente nunca vai saber. E esse não saber não precisa ser assustador, mas pode nos induzir a experimentar mais. Que nós possamos compreender que " t

OS MOVIMENTOS SOCIAIS: A SENSAÇÃO DE QUE NADA SERÁ COMO ANTES

"A isonomia não significa que todos somos iguais perante a lei, nem que a lei seja igual para todos, mas que todos têm o mesmo direito à atividade política." Hannah Arendt

A ARTE DE NÃO "PROCURAR CABELO EM OVO" E NEM "ENXUGAR GELO": A ARTE DE SER LEVE

É legal a pessoa que tem como filosofia de vida descomplicar. Descomplicar tem muito de saber o que é seu e o que é do outro. Como diz Gonzaguinha na canção, "se é pra ir vamos juntos, se não é já não tô nem aqui. É aprendizado. Gonzaguinha, filho do compositor e cantor Luiz Gonzaga, cuja relação foi tratada em filme recente, também era um compositor excelente, franco sem meias palavras que surgiu nos festivais universitários. Suas letras de protesto e românticas tinham um lirismo e ao mesmo tempo intensidade confessional de quem procurou retratar o mundo, seus sentimentos, suas resoluções diante da vida. Sem dúvida está na galeria dos grandes da nossa música popular.  Descomplicar, escolher a leveza é uma conquista de quem pode até um dia ter complicado, mas essa sinceridade no caminho é fundamental na arte de viver. Dedico este texto a uma pessoa que passou pela minha vida e deixou esse ensinamento. Isso era tão parte dele que com certeza nem teve essa pretensão. Regina Bomfi

A GENEALOGIA DA VIOLÊNCIA: TALVEZ SEJA POR AÍ, SEI LÁ!

A VIOLÊNCIA EM NÓS: OS ANTEPASSADOS E FATORES CULTURAIS A violência que existe em nós. Há em nosso corpo uma série de movimentos que há séculos nos prepara para o ataque e defesa...  Mas também há a violência que acha educativo o castigo físico em crianças, a violência contra a mulher tão presente nas recentes notícias da mídia, a violência do homofóbico, do xenófobo, do trânsito, das guerras, a violência verbal, psicológica, racial... Na minha opinião, quando falta o diálogo que pode dizer a verdade, mas com respeito, vem a violência. A VIOLÊNCIA É UMA ENERGIA HUMANA A violência é uma energia humana que não deve ser negada em sua existência como raiva, agressividade etc. Uma coisa é saber que esta energia existe e aprender a canalizá-la para o auto aprimoramento e melhoria das relações interpessoais. Brigar, receber críticas não precisa ser necessariamente visto como algo ruim. Tudo isso pode ser vivido como busca de aprimoramento das relações. Nada precisa ser

PACIÊNCIA ANTES DA CRISE

Por Joana de Ângelis O homem moderno tem urgente necessidade de cultivar a paciência, na condição de medicamento preventivo contra inúmeros males que o espreitam. De certo modo, vitimado pelas circunstâncias da vida ativa em que se encontra, sofre desgaste contínuo que o leva, não raro, a estados neuróticos e agressivos ou a depressões que o aniquilam. A paciência é-lhe reserva de ânimo para enfrentar as situações mais difíceis sem perder o equilíbrio. A paciência é uma virtude que deve ser cultivada e cuja força somente pode ser medida, quando submetida ao teste que a desafia na forma de problema. O atropelo do trânsito; a balbúrdia geral; a competição desenfreada; o desrespeito aos espaços individuais; a compressão das horas, as limitações financeiras; os conflitos emocionais; as frustrações e outros fatores decorrentes da alta tecnologia e do relacionamento social levam o homem a enarmonias que a paciência pode evitar. Exercitando-a nas pequenas ocorrências, s

PROBLEMA DO ENSINO NÃO ESTÁ NO JOVEM

Por Claudia Fadel e David Holmes* Fonte: O Globo  A divulgação dos resultados alcançados pelas escolas brasileiras no Enem representa uma oportunidade para se discutir o ensino médio no Brasil. Isso é muito mais urgente do que se entreter com rankings em que as escolas se diferenciam por casas decimais e que ignoram fatores fundamentais como o impacto das condições de origem dos alunos. O Enem mostra que o ensino médio está longe de responder aos anseios da sociedade e dos jovens. É o retrato de um sistema intrinsecamente desigual, incapaz de desenvolver competências essenciais para um mundo que exige bem mais do que domínio de conteúdos, mas a capacidade de pensar criticamente, resolver problemas, interpretar a realidade à luz das informações disponíveis. Então, o que fazer? No Brasil, precisamos deixar para trás características históricas do ensino, como o conteudismo, que se reflete no excesso de disciplinas, em aulas em que o aluno é um coadjuvante apát