Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de abril, 2020

2020: ANO DO CENTENÁRIO DO POETA JOÃO CABRAL DE MELO NETO

Dúvidas Apócrifas de  Marianne Moore - João Cabral de Melo Neto Sempre evitei falar de mim,  falar-me. Quis falar de coisas. Não haverá nesse pudor  de falar-me uma confissão,  uma indireta, confissão,  pelo avesso,  e sempre impudor?  A coisa de que se falar Até onde está pura ou impura Ou sempre se impõe, mesmo impuramente, a quem dela quer falar? Como saber, se há tanta coisa de que falar ou não falar? E se o evitá-la, o não falar é forma de falar da coisa?  No livro:  O artista inconfessável publicado pela Alfaguara.

TEXTO SEM TÍTULO

O meu eu é um terreno baldio cheio de entulhos. Entulhos jogados no meu terreno fruto de obras alheias e entulhos acumulados de minhas próprias obras... Estar dentro do próprio corpo, na sua própria pele, é um exercício de limpar o terreno do eu para que somente o que for importante permaneça e assim seja possível ter o que dar para o outro, para o mundo. Isto é autocuidado. Estar no meio de uma pandemia é ter contato com o medo e tantos sentimentos desconfortáveis fruto da impossibilidade de prever o que vai acontecer, quanto tempo tudo isso vai durar... Foi um grande "balde de água fria" na nossa certeza de controle. A ansiedade neste cenário, vem quando colocamos em nossa vida um excesso de futuro e a depressão vem quando há um excesso de passado pelo que fiz ou deixei de fazer. E este medo é muito concreto pois envolve a saúde pessoal, da família e amigos, a perda da renda. A pandemia tem também posto em evidência nossas mazelas sociais, o que h

O QUE DOEU E AINDA DÓI: NEM ZUMBIS E NEM CORINGAS

Você não está condenado a viver infeliz por aquilo que doeu no passado e nem precisa se tornar aquilo que te feriu. Você não é um robô  limitado a uma programação externa (não negamos a influência da cultura, da educação) mas um ser capaz de julgar.  Adoro falar isso! Regina Bomfim

AS COISAS SUTIS

A violência psicológica, é violência que não se comprova em corpo de delito, mas pode deixar marcas tão intensas quanto um corpo com escoriações. Estar diariamente exposto a este tipo de situação mina as energias da alma, coloca o indivíduo num sentimento de imprecisão acerca da realidade o que é chamado de G aslighting   uma forma de abuso psicológico que induz a pessoa ao erro atribuindo a ela coisas que ela disse e não disse, afirmando que está louca e não pode mais responder por ela. A exposição contínua a esta pressão pode fazer com que de fato creia estar enlouquecendo, por isso leva tempo para tomar conhecimento do que é vivido representa uma forma de violência.  Ironias finas, xingamentos e até mesmo, colocar a pessoa numa redoma de luxo e cuidados excessivos onde fica implícita, sutil a ameaça de que a pessoa não pode ultrapassar certos "limites" como ter amigos, trabalhar, estudar, sair só, sob pena de sofrer algum tipo de retaliação seja afetiva como de

ABUSO DE PODER NAS RELAÇÕES

Usar o amor,  o sentimento de valor pessoal de alguém como modo de disciplinar um ser em construção ou  para produzir qualquer outro tipo de comportamento desejado numa relação adulta, é "jogar a carta mais alta no jogo das relações humanas" (que não deve ser um jogo, na verdade). O amor precisa ser guiado por condições?  Disciplinar pelo que precisa ser disciplinado e não usar o amor (perder ou ganhar amor) como ameaça pois quase sempre causa confusão e sofrimento no ser objeto desta ameaça,  principalmente se é uma alma em desenvolvimento.  É abuso de poder que pode causar danos emocionais tanto quanto a violência física. Falar de abuso de poder não se refere apenas a situações hierárquicas, mas alguém indo além do que pede uma relação. Isto é um acontecimento comum nas famílias e aparentemente  se mostra  como um modo rápido de obter um comportamento desejado. Reproduzir tal atitude ainda é bem natural, pois em geral o indivíduo foi educado desta forma. É im