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Mostrando postagens de abril, 2011

PSICOTRÓPICOS: PROPOSTA QUÍMICA PARA ESTADOS DE ÂNIMO INDESEJADOS (CONTINUAÇÃO 5)

Quem consome A pesquisadora Brani Rosemberg, da Escola Nacional de Saúde Publica encontrou em 1992, um quadro assustador de consumo de tranquilizantes e antidepressivos entre trabalhadores agrícolas e pequenos produtores rurais, na pequena Conceição do Castelo cidade com cerca de 11.500 habitantes, localizada na região serrana do espírito Santo. Grande parte da população adulta diz sofre dos nervos, apresentava um diagnóstico desse tipo de doença e usava medicamentos psicotrópicos. A maioria composta de pequenos produtores rurais, via-se sem perspectivas na lavoura; estavam endividados, e muitos tinham que vender bens e colheitas antecipadas para pagar os juros. Desta forma, não seria difícil entender porque causava sintomas como insônia angústia e cansaço. Trata-se de um exemplo típico de medicalização de problemas sociais, que pode refletir o que acontece em outras regiões interioranas do país, freqüentemente julgadas a salvo de sobressaltos mentais, estresse e, principa

PSICOTRÓPICOS: PROPOSTA QUÍMICA PARA ESTADOS DE ÂNIMO INDESEJADOS (CONTINUAÇÃO 4)

Riscos e efeitos colaterais: A dependência química ou psicológica Em se tratando de tranquilizantes, quando o consumo se dá de forma repetida e prolongada, o organismo tende a metabolizar estes medicamentos cada vez mais rapidamente, demandando doses crescentes para atingir o estado desejado. O processo é o mesmo observado com a maior parte das drogas ilícitas e relaciona-se à dependência química. Dependendo da dose de tranquilizantes, a dependência pode acontecer após algumas semanas de uso. - Muitos usuários de tranquilizantes se tornam dependentes e não conseguem suspender o seu uso. A síndrome de abstinência provocada pela interrupção abrupta do consumo desses medicamentos inclui insônia, tremores, dores musculares, suores, náuseas , falta de apetite, sensação de ansieda

PSICOTRÓPICOS: PROPOSTA QUÍMICA PARA ESTADOS DE ÂNIMO INDESEJADOS (CONTINUAÇÃO 3)

Falsas Tranquilidades e pseudo euforias A idéia da pílula mágica vingou, considerada como caminho mais fácil para afastar a depressão ou a ansiedade, vencer a insônia ou o medo. Porém, apesar das cifras atingidas no mercado de psicotrópicos, cresce a crítica à banalização na indicação e no consumo desses medicamentos. Os que sustentam esta crítica questionam a ênfase dada à bioquímica cerebral na consideração dos problemas mentais, e entendem que os fatores psicológicos, com base familiar e social tendem a ser desprezados ou minimizados. Embora não discordem de que as desordens psíquicas tenham uma interface com a biologia, compreendem que outros aspectos estão presentes nas alterações mentais. Neste sentido as explicações biológicas, fundamentais nas neurociências e o

FILME SOBRE ADOÇÃO

Convidem os amigos -EM CINE - CICLO DE DEBATES Sobre relacionamentos familiares Toda última 4ª feira do mês será exibido um filme, acompanhado de debate coordenado por um profissional especializado. Dia 27/04 contaremos a psicóloga Solange Diuana. Exibição do filme: Destinos Ligados de Rodrigo Garcia (EUA e Espanha, 2010) Tema:Adoção e maternidade Sinopse: Três mulheres: Elizabeth, uma advogada, Karen, uma profissional da saúde que engravidou aos 14 anos e entregou a filha para adoção há quase 40 anos e Lucy, uma mulher casada que não consegue engravidar, vivem histórias diferentes e ao mesmo tempo ligadas por um único tema: a adoção. Coordenação do debate: Solange Diuana Psicóloga, especialista em Psicologia Jurídica/UERJ, terapeuta de casal e família, coordenadora do Grupo de Apoio à adoção Café com Adoção da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso - TJRJ e co-autora do livro Histórias de adoção: as mães. Data: 27 de abril 2011 (4ª feira) Horário: das 17:30 às 20:30 Local: UER

FILME: HORAS DE VERÃO

Horas de Verão é um dos mais delicados filmes dos últimos tempos. O que se vê é, de fato, a vida - como ela é em seus aspectos mais prosaicos: uma reunião bucólica em torno de uma mãe, Hélène, que faz 75 anos rodeada por filhos, filha, noras, netos e uma velha empregada de confiança; ela tenta conversar com o filho mais velho sobre o que fazer com a casa, quadros, objetos de arte decorativa depois de sua morte. O filme é um inventário de coisas. E de afetos: gente como a gente lidando com suas posses comuns e partilhas, expectativas e frustrações. Tudo é afetuosamente cotidiano, sem excessos no enredo, sem “viradas” de roteiro que se resume à história de um espólio, de uma diáspora familiar, uma partilha. É um filme sobre famílias(s) atuais: no aniversário de Hélène, uma rara reunião dos três filhos, dois deles residindo fora da França em países tão distantes como Estados Unidos e China. A refeição ao ar livre lembra filmes de Jean Renoir - e nada de relevante parece est

PSICOTRÓPICOS: PROPOSTA QUÍMICA PARA ESTADOS E OSCILAÇÕES DE ÂNIMO INDESEJADOS (PARTE 2)

A banalização do consumo (CONTINUAÇÃO) Uma das hipóteses que se propõe a explicar a explosão no consumo de psicotrópicos tem como argumento central o período turbulento que a humanidade estará atravessando e a correspondente diminuição da resistência das pessoas em tolerar o acirramento de pressões. Haverá um mal-estar coletivo, traduzível em um conjunto de transtornos de saúde física e mental, tais como dores difusas, depressão ansiedade e pânico, afetando principalmente as populações dos centros urbanos. Fruto em grande parte, de condições socioeconômicas do  capitalismo globalizado, essa síndrome coletiva contaria também com raízes culturais. Luz (1997:18) argumenta que transformações recentes observadas na cultura estariam propiciando  "perda de valores humanos milenares nos planos da ética, da política e mesmo da sexualidade, em proveito da valorização do indivíduo, do consumismo, da busca do poder sobre o outro e do prazer imediato a qualquer preço como fontes d

PSICOTRÓPICOS: PROPOSTA QUÍMICA PARA ESTADOS E OSCILAÇÕES DE ÂNIMO INDESEJADOS

*Por Marilene Cabral do Nascimento Reunimos 86 reportagens sobre medicamentos psicotrópicos publicados em jornais e revistas de grande circulação entre 1974 e 1998. Deste total, 24% das reportagens enfocaram antidepressivos, 20% os tranquilizantes, 15% destacaram os xaropes contra tosse que contêm substâncias psicoativas em suas fórmulas, enquanto 41% trataram o tema de uma maneira geral ou abordando vários grupos de psicotrópicos (a autora fez gráficos que não reproduzimos aqui por não saber como fazer). Quanto a abordagem dos benefícios e/ou riscos decorrentes do consumo de psicotrópicos observamos que 55%, do conjunto de reportagens pesquisadas destacaram os riscos, 13% os benefícios, 12% reservaram ênfase similar a benefícios e riscos, 10% não se posicionaram a respeito. E 10% das reportagens tematizaram a regulação governamental destes medicamentos. Comentaremos a seguir as principais abordagens encontradas nestas reportagens sobre os medicamentos psicotrópicos e seu

O FALA SÓ

José Saramago Hoje apesar do céu descoberto e do sol quente, não me sinto para festas. Há dias assim. E um homem não tem obrigação nenhuma de mostrar aqui um sorriso de boas vindas quando sabe quando ninguém está para chegar. Mais vale aceitar (ou assumir, como é inteligente dizer-se agora) as boas e as más horas do espírito, porque atrás de umas vêm outras e nada  está seguro, etc., etc. Desta fatalidade poderia até tirar matéria para a crônica, se mesmo agora me não estivesse passado na lembrança um homem mal enroupado que eu conheci tonto de seu juízo, o qual homem levava triste dia a andar para baixo e para cima na rua principal lá da aldeia. Chamavam-lhe evidentemente de o Tonho Mauco uma espécie de bobo fácil dos adultos e de besta sofredora das crianças. Estas coisas são assim e no fundo não é por mal, se o Tonho morresse toda a gente tinha um grande desgosto, pois claro. Das malícias do tonto não falo: eram muitas e nem todas para por por escrito. Mas honestís

PARA VER UM MITO AO PIANO

O exigente Keith Jarret, famoso pelos improvisos, se apresenta amanhã* no Teatro Municipal Eduardo Fradkin *o concerto é hoje dia 9/04 Há alguns meses, o experiente  executivo da produtora de concerto Dell'Arte, Steffen Dauelsberg andou ligando para vários profissionais do meio musical, perguntando a cada um sua opinião sobre qual era o melhor piano disponível no Rio. A enquete visava determinar o instrumento perfeito para o americano Keith Jarrett, extremamente exigente quanto à sua ferramenta de trabalho. Três pianos foram colocados à disposição, para o recital ocorrerá amanhã às 21h, no Teatro Municipal. - Ele pediu um piano Steinway em ótimas condições e terá três à sua escolha: um que pertence ao Teatro Municipal, um novíssimo que veio de Nova York para o porto de Vitória e me foi alugado, e outro de 2006, e outro, de 2005 de empresa Gluck, de São Paulo. Este foi tocado recentemente por Nelson Freire e recebeu sua aprovação. Keith tem um ouvido mui

NAMORO SANTO

Relacionamento fracassado levam mulheres, e homens, a adiar o sexo para depois Bety Orsini * Escolhi trazer esta matéria por perceber que sua autora habilmente explora o assunto sobre diversas perspectivas.Cabendo ao leitor tirar suas próprias conclusões, construindo seu entendimento sobre um tema. Considero isso um bom jornalismo (Regina Bomfim - PSICOLOGIA EM FOCO) H á quatro anos, a advogada Ana Maria desistiu das delícias do sexo. Aos 32 anos ela já teve vários relacionamentos.Alguns duraram meses, outros, uma noite. Depois de muito investimento emocional em relações fadadas ao fracasso, ela decidiu fazer sexo só casada. - A mulher sempre coloca um peso emocional enorme na possibilidade de um relacionamento pra valer,o homem não. A autora de " Por que os homens amam as mulheres poderosas?", Sherry Argov afirma que a dificuldade valoriza o produto. "Quanto tempo você deve esperar antes de transar? O máximo que puder" - recomenda a best-se

TER CLAREZA É CRUCIAL

José Carlos Cunha Formação em engenharia e administração, experiência de 23 anos como CEO em grandes empresas e cursos de neurocoaching fazem o consultor João Carlos Cunha ser conhecido como um "oráculo", quando o tema é planejamento estratégico e futuro das organizações. Não à toa ele ajuda executivos a solucionar problemas, estimulando-os a colocar a caixola para funcionar O GLOBO: Como a neurociência pode ajudar profissionais a atingirem metas? JOSÉ CARLOS CUNHA: Nosso cérebro necessita de certezas e passa boa parte do tempo consciente, imaginando futuros, tentando antecipar o que vai acontecer. Por isso, quando nos deparamos com uma mudança, o inconsciente entra numa situação de desconforto. Para uma mudança ocorrer sem tropeços, devemos levar em conta este aspecto fisiológico. E o que podemos entender como neuromanagement? CUNHA: Sim trata-se de gerenciar, tendo o cérebro em mente. E como fazer isso? CUNHA:  Reconhecendo a natureza dos nosso