Sou psicóloga e educadora, pois também fiz o Antigo Normal no Instituto de Educação. Considero positiva a busca de comunicação com a sociedade que o Sindicato dos Professores vem realizando para o despertamento da importância da educação, mostrando que há um cotidiano além do processo ensino-aprendizagem. Há algumas opiniões que procuram culpar o educador, há reformas educacionais que não ouvem o educador, fazendo com que em função da modernidade assuma novos papéis, tudo sempre muito improvisado, implementado às pressas. Há inegavelmente um cotidiano repleto de complexidades tendo como pano de fundo o valor que o Estado vem dando à educação nos últimos anos.
Na minha opinião, tanto para os educadores quanto para a sociedade se faz necessário relembrar essa trajetória da gradual desvalorização da educação para que os educadores sintam orgulho da escolha profissional que um dia fizeram e se apresentem à sociedade conscientes do seu valor, da sua função social.
Como a educação no Brasil chegou a esse ponto? O que representa a LONGO PRAZO para um País não considerar a educação como um dos elementos estratégicos para o seu crescimento real? Será que o crescimento obtido até até então é alicerçado em bases firmes? São muitas perguntas a serem feitas neste caminho marcado pelo descaso que passam por questões históricas de nossa formação social para buscar compreender o momento atual.
É verdade que toda esta desvalorização produziu vários sintomas no educador, alterando o exercício de sua função. Porém tratar o efeito sem contemplar as causas, é olhar o problema pela metade. O educador precisa tomar posse do seu valor como profissional e saber da sua história para dialogar com a sociedade consciente da sua importância, ou seja, esta parceria seria buscada não pela constatação de uma "categoria doente", mas a sociedade precisa ser parceira dos educadores pelo entendimento que toda essa grave negligência dos órgãos competentes afeta a todos e é empenho de todos porque há o sintoma social que uma não atenção à educação pode produzir.
Entendi que os outdoors são um mecanismo de conscientização da categoria. Como sugestão além dos mesmos, seria interessante:
produzir uma carta aberta (ou cartilha) em linguagem simples a ser distribuída nas escolas, pais, alunos.
buscar agregar mais a categoria, através de palestras no sindicato, mas também em escolas, associações de bairro etc. Que tudo isso dê origem a um projeto de lei.
A internet pode ser um boa ferramenta de aglutinação das pessoas em torno de discussões importantes, por exemplo o TWITTER (a ALERJ já tem o seu).
Na verdade, o rumo da educação e tantos outros elementos de importância para o bem comum acabaram se perdendo porque nos fizeram esquecer que a Política somos nós. É preciso lembrar.
Cumprimento aos idealizadores pela iniciativa. O outdoor é positivo porque usa palavras-chave. É positivo seguir nessa linha da linguagem simples, uma frase de efeito como forma de iniciar discussões.
Regina Bomfim
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