Você é dominável?
Acordei com uma forte sensação de estar sendo dominada por alguma coisa alheia a mim. Comecei a pesquisar nos meus arquivos internos e achei coisas realmente interessantes, que me fizeram pensar sobre outras mais ainda. No final, cheguei a conclusão de que todos nós somos domináveis e dominadores.
E não estou falando de fantasias sexuais e nem de 50 tons de cinza.
O domínio pode ser aberto. Um pai que proíbe os filhos que fazer algo que eles queiram. Que diz claramente que, se ele não fizer medicina, ele não paga a faculdade. Mas a maioria não e assim tão óbvio.
O domínio geralmente e sutil. Ele se alimenta do medo e da carência do outro. Um marido que reclama da comida, que reclama do tempo que a mulher passa ao telefone, que faz leves ameaças de que talvez o casamento não de certo por causa disso e a mulher larga o telefone e aumenta as horas na cozinha. Pequenos sinais de descaso e nossa pequena criança interior ferida mostra sua mágoa, seu medo e sua carência e é aí que o dominador te pega. Aquele cara que, mesmo vendo a namorada quase saindo com outros ainda diz que não consegue viver sem ela. Aquela mãe que diz que a filha é linda e que nunca a decepcionaria e a faz se casar com quem ela acha melhor.
E ai de você se perceber isso e tentar sair fora. Ai a ameaça é mesmo o fim do mundo. Sua ingrata!
Dinheiro é uma maneira de dominar. Quantos casamentos em que a pessoa não sai daquilo porque não acha que vai conseguir se virar sozinha. Poder é um tipo de domínio. Em todos os casos há o desmerecimento, há uma tentativa clara, mas que geralmente a pessoa desconhece, de colocar o outro para baixo.
Já que você não consegue sozinho deixa eu te ajudar, vai. Toma um troco pra você comprar um guaraná. E por ai vai. E o dominado vai se sentindo cada vez mais fraco, entregando os pontos para o dominador, até se tornar um espectro de si mesmo.
E como sair disso? A parte mais difícil é você conseguir identificar. Pare agora por um instante e pense em que aspectos você pode estar sendo dominado por alguém ou por alguma coisa, no âmbito pessoal ou profissional. Que coisas você gostaria de fazer mas se sente preso e fraco demais para aquilo? Ali pode ter um dominador à sua espreita. Depois dessa complicada parte e o momento de desatar os nos. Analise profundamente o que a fez ficar ligada aquela pessoa ou situação. E a sua carência? Medo? Medo do que? Dinheiro? Não ficar só? Crenças de que você não pode mudar a situação? Comece a eliminar essas coisas da sua vida, uma por uma. Se necessário peça a ajuda de um profissional, um terapeuta. E finalmente retome o seu poder. Sim, com certeza isso também terá um preço. Mas pelo menos será um preço que você vai escolher e que te fazer sentir mais forte, corajoso e de bem com você mesmo. Pense nisso!
Andrea Pavlovitsch
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