Esta dimensão mutante do tempo muitas vezes nos escapa quando passamos por um longo período de alegrias, dores ou incertezas e aí achamos que tudo permanecerá do mesmo modo. Permanecer do mesmo modo tanto tentando congelar uma alegria e até mesmo uma dor é ter a ilusão de impedir o fluxo de vida que encontrará em nós e até fora de nós um modo de sinalizar a necessidade de reinventar nossos rumos. Depressão, ansiedade, um corpo que dói, uma alma que sangra em silêncio... Admitir isso nem sempre é fácil, é um exercício de buscar não abafar os sentimentos porque a forma como nos sentimos conosco mesmos determina as pessoas e experiências que vivenciamos.
Regina Bomfim