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O MANIFESTO DO MACHO MODERNO

O MANIFESTO DO MACHO MODERNO

Movimento artístico social une ativistas no Rio, em Minas e em Nova York pedindo o fim de estereótipos: 'posso brochar', 'posso não gostar de futebol' e 'posso admirar uma mulher com respeito' são alguns dos preceitos

Posso brochar, posso falir, posso ser frágil, posso ser sensível. Posso ser cabeleireiro, decorador, artista e não gostar de futebol. Posso admirar uma mulher que eu ache bela com respeito. São esses e muitos outros os preceitos do movimento "Homens libertem-se", que estimula o macho (heterossexual) a romper estereótipos em que vivem aprisionados. O músico Paulinho Moska, os cartunistas Laerte e Miguel Paiva, os atores Lúcio Mauro Filho, Marcos Breda e Álamo Facó, o escritor Nelson Motta e a historiadora Mary Del Priore apoiam a ação.

A iniciativa é uma parceria entre o coletivo mo[vi]mento, de Rio e Minas, e o grupo teatral The Living Theatre, de Nova York. O projeto teve autorização de captação por meio da Lei Rouanet, de até R$ 400 mil para intervenções artísticas que provoquem reflexão sobre a opressão masculina. Nos eventos, a cargo de grupos de teatro de vários estados, serão distribuídas as saias-cangas símbolo do movimento. Elas poderão ser trocadas por calças, que serão doadas, que serão doadas a instituições de caridade.

'ELES SE IMPÕEM PRISÕES

A ideia para a ação, que começa a ganhar corpo pouco antes da comemoração do Dia Internacional do Homem, na próxima terça*, veio à cabeça da atriz Maíra Lana quando ela viu um homem usando saia em sua cidade, Ouro Preto.
- Os homens ficaram desconcertados, e eu achei tão engraçado. Era só uma peça de roupa, mas revelam muito sobre as prisões que eles se impõem - lembra . - Faz 200 anos que as mulheres fizeram a primeira passeata pelo direito de usar calças. então é um absurdo que meninos sejam punidos na escola por expressar sua subjetividade.

Maíra se refere ao estudante do tradicional Colégio Bandeirantes, de São Paulo, que em junho de 2013, foi impedido de assistir a aulas usando saia, gerando protestos e angariando simpatia dos colegas que fizeram "saiaços" em apoio.

A ideia de que "homem não chora" também foi fortemente confrontada esta semana, quando após a derrota da seleção na Copa, alguns jogadores de futebol, como o novo ídolo David Luiz, desabaram em lágrimas.
- É importante esses ídolos mostrarem quem são, sem filtros, extravasando o que sentem. Isso contribui para que outros homens se sintam confortáveis para expor emoções e angústias - comenta Maíra.

Uma das possíveis críticas ao manifesto do "Homens libertem-se" é não mencionar a repressão sofrida pelos homossexuais. Segundo a criadora da ação, isso acontece porque 'todos os homens estão incluídos no manifesto, sejam heterossexuais ou gays".
-Mas o nosso maior alvo é o homem hétero - admite. - Queremos que ele reveja seu conceito de masculinidade e identidade, como os homossexuais e as mulheres já fizeram Há décadas.

Em seu livro "Homem ainda não existe" a psicóloga Cristina Montenegro afirma que o grupo masculino é o único que não se organizou para discutir o gênero (se este post for reapresentado, desconsidere certas informações).
-É um absurdo que o comportamento dos homens ainda seja limitado. A opressão gera a violência para com o outro e também consigo. Não é à toa que todas as estatísticas mostram que os homens são os que mais adoecem, os que mais se suicidam e conformam a maior parte da população presidiária e manicomial... Eles têm questões internas não resolvidas - afirma Cristina.

AS MULHERES TAMBÉM GANHAM

O cantor e compositor Paulinho Moska, apoiador da ação, conta que se sentia oprimido pelo ideal de masculinidade na adolescência:
- Eu era magrelo, usava pulseirinhas hippie e me identificava com o Caetano, Gil e Bowie, que eram andróginos. Passei a ser chamado de bicha e viado de forma agressiva. Sofri até me ver livre da representação masculina clássica.

Nelson Motta ressalta que a reflexão pode causar um benefício não só para eles, mas também para elas, que viveriam melhor num mundo com homens livres e menos violentos.
- Participo do movimento porque amo as mulheres. Tenho três filhas e duas netas, que merecem amor, respeito e homens sensíveis e educados.

*15 de julho é o Dia Internacional do Homem

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