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MEDO, ANSIEDADE, ANGÚSTIA E O MUNDO MODERNO: MATANDO OS LEÕES DE ONTEM E DE HOJE, UMA BREVE REFLEXÃO PROVOCATIVA


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"A angústia remete o homem para o seu poder ser mais próprio. Coloca-o frente à frente com sua possibilidade de escolher a si mesmo, assumindo-se na sua escolha"
Ana Maria Feijoo


 Não é objetivo deste texto aprofundar as múltiplas dimensões do medo, angústia e ansiedade nem tampouco diferenciá-los, pois podem ter diferentes significados sob o ponto de vista teológico, antropológico, médico dentre outros. A finalidade é lançar uma breve reflexão filosófica e psicológica de um tema complexo e que merece atenção por estar muito presente nos dias atuais. Na minha opinião, tudo acaba sendo medo.

Quem gosta de sentir medo, angustiado ou ansioso? Ninguém. Porém, pode ser interessante compreender que estes sentimentos também são inerentes à existência humana, ou seja, estão presentes no caminhar do Homem desde o início nos momentos de desbravar  um mundo ainda hostil. É o reflexo de lutar ou fugir. Entre vitórias e derrotas ligadas a esta conquista com ou sem a pedra lascada, conseguimos evoluir.

Hoje os esforços são mais "mentais" e as hostilidades são de outra ordem, porque o mundo se tornou altamente sofisticado em suas demandas, mas os sintomas remanescentes da busca pela sobrevivência dos tempos primitivos ainda existem. Antes era um estado de alerta  na iminência de um ataque. Hoje nosso corpo se coloca em posição de ataque muito mais em função de alguma situação que nos causa algum desconforto emocional.

A angústia do homem moderno pode ser compreendida como um alerta de algo que precisa ser mudado, entendido/vivido de um outro modo, mesmo que doa... E como dói. Assim, como o corpo dá sinais de esgotamento exigindo de cuidados médicos, a alma também dá sinal exigindo o mesmo cuidado e estes dois elementos, alma e corpo, começam a ser entendidos cada vez mais como uma complexa unidade capazes de se comunicarem.

A alma precisa de atenção, como disse Sócrates, "Homem, conhece-te a ti mesmo". Com ou sem a ajuda de um psicólogo, buscar estar atento aos sinais físicos e emocionais de si mesmo é qualidade de vida que naturalmente se estenderá em cuidado com o outro, produzindo relações menos defensivas, violentas.

Regina Bomfim


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