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RELAÇÕES SOCIAIS NA TERCEIRA IDADE: É POSSÍVEL FAZER NOVAS AMIZADES?



Algumas pessoas no final da fase adulta e início da velhice​ acreditam ser incapazes de fazer novas amizades, empobrecendo deste modo, o seu círculo social de apoio.

A psicóloga Raquel Ribeiro, usa o conceito de reflorestamento e desmatamento social como modo de análise do contexto social do idoso no Brasil à semelhança das florestas. Os seus relacionamentos estão arborizados ou desmatados? Na medida do desejo de cada um, quais as ações que podem ser pensadas para enriquecer o círculo social do idoso?

O desmatamento social  pode ocorrer nas mais diferentes fases da vida pelos mais variados motivos.  Mudança de cidade, escola faculdade, residência, país etc. Estes afastamentos também ocorrem​ com algumas pessoas próximas. Mudança de emprego, projeto, desemprego, divórcio, separação, doenças incapacitantes, entre outros. Estas ocorrências podem abrir espaço para um processo de reflorestamento social.

O reflorestamento social se dá quando começamos a nos relacionar com as pessoas no locais que passamos a frequentar como escola, igreja, vizinhança, emprego, shows etc​.

Desmatamento e reflorestamento social é uma experiência individual variando conforme a cultura e contexto histórico.

Na verdade, perdas acontecem em qualquer momento da vida com todas as pessoas. O problema é quando o desmatamento social ocorre por crenças pessoais e sociais limitadoras.

A crença social mais comum é a ideia de estar próximo da morte. Pessoas saudáveis com 60 e 90 anos costumam dizer que não vale a pena investir em ampliar suas relações, adquirir novos conhecimentos e habilidades porque a morte é a única certeza real neste seu estágio de vida.

Saber de pessoas que vivem 120 anos nos dias atuais já não é uma coisa tão rara, ou seja, é possível viver mais 60, 50, 40, 30 anos. De certo modo, se preparar para viver mais não é mais algo tão incomum para os crescentes avanços na saúde que testemunhamos. Yes we can!rs

Com tudo isso, a velhice, no imaginário social ainda é associada a improdutividade, uma lista interminável de doenças e remédios e a inatividade. É comum observar o discurso de pessoas com 60 anos ou mais nesta direção e muitas vezes ocorre que a família numa atitude de reconhecimento pelo amor e cuidados dispensados, colocar o idoso numa espécie de "altar" envolvendo-os num excesso de cuidados, apesar de estarem aptos a realizarem suas atividades cotidianas, assim como aprender coisas novas.

Um reflexo desta visão social, é a dificuldade de se inserir no mercado de trabalho e como foi dito acima, o excesso de cuidados dos filhos e netos por temerem que acidentes se repitam e por acreditarem ser tarde demais para ingressarem em escolas e universidades. Acham também que devem manter uniões infelizes por estarem velhos demais para buscar uma nova relação mais feliz, dificultando que o reflorestamento social aconteça.

NÃO PRECISA SER ASSIM

Estudos mostram que o envelhecimento da população no Brasil já é um fato, tornando necessário pensar com mais efetividade não só sobre políticas públicas, mas começar a enxergar a velhice como potência, relações e criação vendo nesta população não só um nicho de mercado (que existe também), mas como indivíduos capazes de contribuir. Qualquer momento é bom para iniciar o reflorestamento social, caso seja o desejo do idoso.


O QUE PODE SER FEITO
Iniciar ou retomar novos projetos (lazer ou trabalho), fazendo cursos, lendo livros atuais, se comunicando com seus autores (usando o e-mail).
Existem espaços dedicados aos idosos em colégios e Universidades, grupos de idosos e redes que falam sobre o envelhecimento ativo no Brasil como o Lab 60+ (www.lab60mais.com) e o Movimento Ativo e Saudável (www.ativoesaudavel.com.br) entre outras iniciativas.
O processo de reflorestamento social pode contribuir para que o idoso se sinta valorizado, mantenha relações positivas com outras pessoas e acima de tudo, se sinta feliz.
Regina Bomfim
Referências:
Site da psicóloga Raquel Ribeiro:  www.cuidadordeidosos.com.br








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