"O ser humano é orientado pelo tempo. Porém, é complicado para o ser humano atual orientar-se no tempo. O tempo é pouco para tantas realizações que ele almeja. "Não se pode perder tempo", este precisa ser potencializado ao máximo, extrair dele o maior proveito. Para muitos, comer, dormir é perda de tempo. Para o ser humano atual, parece que o tempo encurtou; ele precisa de tempo para trabalhar, estudar, cuidar da família, ter lazer... Precisamos ter nova visão do tempo. Ele não é só para ser ocupado, mas para ser vivido, desfrutado (isso é por minha conta, rs). E viver o tempo é parar alguns minutos e deixá-lo passar contemplando o céu, o luar, o mar, as aves voando, as flores perfumando; curtir a sua própria companhia (também por minha conta); ouvir e curtir os filhos, o cônjuge, os amigos. Deste modo, o ser humano vai realmente viver o tempo".
Dra. Ely Barreto, Psicóloga
Este texto veio a mim depois de ter assistido o filme sobre a vida de Villa-Lobos. Interessante saber que sua obra no início foi muitas vezes rejeitada e ele continuou compondo intensamente. Ia a todos os lugares, viajou o Brasil e em todos os lugares e pessoas via a música.
Ele mergulhou nos sons da natureza e era um observador atento do que o rodeava. Villa-Lobos foi um homem conhecido por seu temperamento intenso, sem meias palavras cuja maior ambição era retratar em forma de música o seu amor pelo Brasil, criando uma obra mais próxima da brasilidade possível, sem ignorar as contribuições da tradição, como seu amor por Bach que o fez criar as Bachianas Brasileiras que trago para ilustrar este belo texto acima.
Vi boa parte do filme, mas não até o final, por considerá-lo um pouco prolixo, usando muito o onírico... Um filme longo que talvez sua linguagem tenha sido complexa pra mim. O fato é que amo Villa-Lobos, como amo o meu Brasil, apesar de tudo, porque ele soube exaltar a beleza do nosso povo (como disse Gilberto Gil, a Casa Grande construiu muitas coisas boas, mas a Senzala deu o que é de mais fundamental à nossa cultura - leia-se senzala, como também os índios e todos os ditos excluídos) fruto de um mergulho de corpo e alma em suas experiências sendo passional desde sempre em suas escolhas. Na minha opinião, isto é aproveitar o tempo e aproveitar o tempo é dar sentido à vida e não ser uma pessoa perfeita, pois Villa Lobos não foi. Belo exemplo.
Regina Bomfim
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