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Falar de saúde mental é compreender que esta é, sem medo de ser audaciosa em minha posição, o território, o recurso natural, a tecnologia mais valiosa da existência que cabe ao ser humano explorar. Como ainda somos estrangeiros dentro de nós mesmos, apesar dos importantes avanços que somos capazes de criar.
As perspectivas de crescimento dos transtornos mentais e seus inegáveis danos à saúde e à produtividade por cada vez mais incapacitarem ao trabalho e ao desfrutar da vida, torna-se cada vez mais algo que não mais pode ser ignorado, daí a iniciativa de transformar o mês de Janeiro no mês da Saúde Mental - JANEIRO BRANCO.
Em muitas ocasiões o PSICOLOGIA EM FOCO falou sobre o quanto se tornou insustentável manter a separação corpo e alma - O penso, logo existo de Descartes, somado a todos os pensadores que forjaram a estrutura e o funcionamento do Ocidente, tem se mostrado ineficaz ao longo dos anos para dar conta da complexidade que é a existência humana. Nem o progresso tecnológico, psicofarmacológico, nem as crenças religiosas com seus dogmas, nem a extensão da educação formal conseguiu aplacar o suicídio, a depressão e a ansiedade no mundo. Estes transtornos parecem se tornar cada vez menos dependente de etnia, sexo, condição sócio-econômica, alastrando-se progressivamente.
QUANDO O FAZER É MAIS FORTE QUE O SENTIR
A tecnologia, saber-se capaz de criar, controlar a natureza, colocou no homem um sentimento de tudo posso, produzindo uma ideia de que tudo pode ser controlado. Enxergando-se como um ser sem limites, os seres humanos continuam se perdendo em ignorâncias e desconhecimentos sobre si mesmo, das suas condições emocionais e estrutura subjetivas.
Não é demonizar as tecnologias porque há ganhos inegáveis, mas observar o quanto ela também pode nos tirar o foco das nossas atividades, nos tornar impacientes (todos querem respostas imediatas) e até fazer com que na possibilidade do anonimato, colocar para fora todo um ódio ao outro que na verdade está dentro de nós pelo que não conseguimos compreender e aceitar em nós ou de uma vida de felicidade criada nas redes para mascarar uma frustração na vida real.
Vivemos já nos dias atuais a realidade da Inteligência Artificial, outros planetas são explorados por máquinas, mas ainda não é possível reconhecer, compreender, aceitar e processar de forma saudável em si mesmos a raiva, o ciúme, a inveja, o tesão, o medo, a dúvida, a mágoa, o luto, a solidão, a saudade. Milhares de pessoas ainda vivem sem saberem os sentidos e motivos subjetivos pelos quais vivem, limitando-se como se fossem a carne e os ossos que possuem, lutando pela reprodução, objetivos de vida, achando que o que sentem não é importante.
Isso precisa ser mudado. Somos analfabetos emocionais embora muito inteligentes para criar e usar tecnologia. Ampliamos nossos saberes de modo espantoso nos últimos anos nos mais diversos campos. Avanços que vieram ao longo dos séculos, marcados por grande euforia, como uma grande promessa de maior qualidade de vida para a humanidade que teria maior conforto e menos esforço para realização de tarefas e a saúde emocional vinha talvez como consequência em meio a estas grandes conquistas exteriores. E o futuro, aguardado com tanta euforia e esperança, ao chegar em nada aplacou o desconhecimento do homem de si mesmo ainda presente.
O ser humano está no mundo desfrutando de suas conquistas e lutando para ter mais e mais, porém, sua alma grita em silenciosa agonia nas festas, em todo lugar. E ninguém vê. Ninguém sabe. Só ele(a). Nem ele(a). E isso que não sabemos e sufocamos vem no ódio, no preconceito, em relações cada vez mais conflituadas, vem na guerra... Tudo isso acaba por refletir no mundo.
É um mundo que só considera real a objetividade.Nas suas precárias políticas públicas, a ênfase é apenas na educação formal, no atendimento médico formal, valorizando e publicando apenas os saberes que reproduzem a cultura formal hegemônica em detrimento de uma atenção efetiva à Saúde Mental. É o fazer, o lucrar em detrimento do sentir. Tanto desprezo pela subjetividade já começa a cobrar o seu preço. pois negar partes de si mesmo implica em amputação.
...E A DEPRESSÃO, O SUICÍDIO, O ESTRESSE E A ANSIEDADE BATEM RECORDES - OS MALES DA PÓS-MODERNIDADE
Isso sem falar no consumo recorde de psicofármacos, uso de drogas lícitas e ilícitas. Será que ainda dá para duvidar que estamos doentes? O adoecimento emocional da humanidade não é de hoje, não é acidente - antes, assemelha-se a uma conta que é cobrada cada vez mais cedo. Por isso existe mais do que a necessidade, mas a urgência de trazer para o centro dos diálogos e iniciativas, a importância da Saúde Mental, pois a objetividade e a subjetividade devem caminhar juntas como iniciativa de promover saúde integral do indivíduo. o Janeiro Branco surgiu da percepção desta realidade
OS IDEALIZADORES DESTE MOVIMENTO FALAM DE PSICOEDUCAÇÃO
É preciso compreender a Saúde mental como um problema de saúde pública de grandes proporções. É preciso a criação de políticas públicas efetivas para Saúde Mental. É vital falar de uma democratização da psicoeducação, criar uma cultura de saúde mental.
Psicoeducação é colocar a subjetividade humana em pauta como elemento importante da constitição do ser humano. Os idealizadores também falam da necessidade de psicoeducar em toda parte, em casa, no shopping, no trabalho, no trânsito, nas empresas, nas escolas, nas igrejas, hospitais, nas praças, na prefeitura, nos órgãos públicos, nas mídias, em todas as mídias. O blog PSICOLOGIA EM FOCO vem trilhando este caminho, usando diversas linguagens, trazendo diversas reflexões sobre a subjetividade humana. Importante chamar atenção das pessoas para o mundo dos seus comportamentos e seus sentimentos.
Nós psicólogos, precisamos falar sobre o que sabemos - a partir de todas as óticas, perspectivas, abordagens. De forma multidisciplinar, transversal, transdisciplinar. E preciso que em toda parte e de todo modo, profissionais da subjetividade falem. Todos querem ouvir, até os que acham que não querem ouvir.
É preciso abrir canais para que as pessoas entendam a importância de falar, que falar é saudável e necessário. Que discutir todas as relações, que toda "DR" é abrir caminho para que o fato de estar junto assim como conhecer a si mesmo pode ser rico e estimulante em toda parte e em todo tempo (nunca é tarde!). Let´s talk. Talk is Healthy. And necessary.
Foi para isso que nasceu o Janeiro Branco desde 2014. Ensinando sempre que quem cuida da mente, cuida da Vida, de toda forma de Vida.Todo profissional da saúde, todo psicólogo(a), cada um do seu jeito, psicoeducando em casa, na rua, no trabalho, na vida pública ou privada. Psicoeducar sempre, sempre, sempre, sempre...
A psicoeducação das pessoas como único processo capaz de com responsabilidade e coerência, contribuir para a legítima saúde emocional humana é o alvo desta iniciativa de proporções mundiais. Uma saúde emocional original, genuína, honesta, realista, coerente e em harmonia com a vida de cada indivíduo que for educado a olhar para dentro de si mesmo em busca de reconhecer a maiores riquezas e os maiores recursos que um ser humano pode acessar e usufruir em nome de uma vida plena e, verdadeiramente realizada.
Por uma cultura do autoconhecimento, do autocontrole para mais auto amor e solidariedade entre todos os seres humanos. Você merece todo respeito por ser quem é com suas dores e delícias, você merece conhecer, recriar-se quando for preciso, aceitar a si mesmo e ter saúde mental!
Regina Bomfim
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Prevenção em Psicologia ao alcance de todos.
Importante e necessário texto. Precisamos dar visibilidade boa para Psicologia!
ResponderExcluirQue bom que há pessoas com este intuito. Vamos trilhar este caminho com sabedoria e respeito por aqueles que sofrem. Bj
Grata por sua visita! Sinto que busca o mesmo. Uma opinião balizada sempre enriquece.
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