Na minha relação com os livros, há uma coisa que não sei. Não sei quando começou, não sei quando passei a sentir uma louca e apaixonada necessidade de ler.
Na minha vida também existiram episódios com o nome de não sei... Não sei como fui parar em lugares, não sei como comecei a falar com pessoas, certas situações e pensamentos chegaram a mim e me conduziram a encontros notáveis, a aprendizados lindos.
Epifanias.
Leio e escrevo para me entender, me achar e me perder e os livros são o meu escafandro. Eu me visto dos livros que li, eles me ajudam e me enriquecem no que sei e no que busco sobre quem sou e sobre a Vida.
Os livros, quando preciso, os procuro, mas boa parte das vezes são eles que me escolhem e eu vou. Hoje tem sido muito mais isso, essa sedução inexplicável que jamais resisto, seja na confirmação do encanto, seja na sua decepção.
Os tempos têm sido ásperos para a vida e para os livros, mas acredito que tanto a Vida quantos os livros devem persistir, sobreviver, apesar de todas as inovações que têm abalado o modo de se relacionar com o livro na atualidade. A crise no segmento literário (livros continuam vendendo) que deu fim à livrarias e faz outras agonizarem, que seja apenas um momento de tomar fôlego e ressignificar a trajetória.
Sempre, de tempos em tempos, a Vida e as formas de expressão humana nos seus mais diversos segmentos passam por abalos. A Vida e os livros precisam de novos significados que estão sendo construídos neste momento, mesmo através de toda a perplexidade.
Não dá para pensar a vida sem livros. Que os novos significados já presentes em novos modelos de negócio, modelos menores, transformem os livros em algo mais acessível, que redes de incentivo à leitura sejam criadas. O livro não é uma mercadoria qualquer, mas o centro de um ecossistema tão rico quanto especial
Em boa parte dos países europeus, durante um 1 ano, um livro tem preço fixo em qualquer lugar, seja na banca de jornal, na livraria da esquina, seja na Amazon com desconto de no máximo 10%.
Pelos livros, por mais pais lendo histórias para os filhos, por mais contadores de histórias, dar mais livros de presente, pelas pequenas livrarias ainda presentes e as que surgem em novos modelos, pelos livreiros, pelo cuidado com os acervos e os espaços das bibliotecas, pelo acesso à cultura, que é uma parte muito significativa da Vida.
Regina Bomfim
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O blog PSICOLOGIA EM FOCO deseja a todos os leitores um Feliz Natal!
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