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SIMONE DE BEAUVOIR E OS 70 ANOS DO LIVRO "SEGUNDO SEXO": O QUE VI LI E SENTI

SIMONE DE BEAUVOIR E OS 70 ANOS DO LIVRO "SEGUNDO SEXO": O QUE VI LI E SENTI


Alguns minutos em silêncio diante do papel em branco para lembrar o que senti quando li o livro (faz tempo)... Foi impactante, uma pesquisa acadêmica num texto primoroso. Cada parágrafo que lia era um ponto de exclamação de concordância na alma.


Simone de Beauvoir fez uma pesquisa acadêmica monumental inovadora ao refletir sobre a condição feminina o que acabou sendo a base teórica da segunda onda feminista nos anos 60 e na minha opinião, ainda se mantém relevante e influente. Hoje estamos na chamada quarta onda feminista.

Simone fala da mulher acima de tudo como construção social indo além do destino biológico, psíquico e econômico. "Ninguém nasce mulher, torna-se mulher".

Em seu livro sobre a condição feminina, ela afirmou que a mulher é definida pelo olhar masculino e não em si mesma, colocando a desigualdade de gênero como algo histórica e ideologicamente construída, abrindo caminho no mundo acadêmico para o que hoje é chamado: Estudos de Gênero.

O livro Segundo Sexo foi um divisor de águas em todos os setores da minha vida e ele ainda floresce em mim coisas e sentimentos porque trouxe sentido. Que texto, que  história de vida, que intelectual esta mulher foi!

Hoje o feminismo possui vertentes, a chamada interseccionalidade como o feminismo negro, o transfeminismo que não trataremos aqui, mas vale uma pesquisa a quem se interessar.

Na reportagem que li, uma representante de cada vertente do feminismo contemporâneo foi convidada a escrever "uma" carta para Simone de Beauvoir refletindo sobre suas contribuições e a atualidade dos seus escritos. Destaco o texto da antropóloga e professora titular da UFRJ Miriam Goldenberg, na minha visão, o melhor texto por evidenciar que o machismo está tanto no homem quanto na mulher:


"Querida Simone, você defendeu que a luta pela libertação é uma exigência, não só das mulheres, mas também dos homens, já que senhores e escravos são aprisionados pela mesma lógica de dominação masculina. Enquanto homens e mulheres não se reconhecerem como iguais não poderão viver a sua liberdade. a sua maior lição para as novas gerações é a de  querer ser livre é querer que os outros sejam livres." (O Globo 05/05 p.3)

Regina Bomfim


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