Por David Viscott (o título é meu)
A pessoa que não compreende os sentimentos subjacentes às suas ações, na verdade, não se compreende a si mesma, de modo nenhum. Passa sua vida presa a um mundo cheio de cantos escuros, onde forças silenciosas - fora do seu controle - influenciam suas ações e a dirigem.
Nossos sentimentos definem a realidade mais diretamente e de modo mais complexo do que qualquer outra coisa. Nossos sentimentos definem o tempo: uma perda futura é encarada com receio. Um perda passada é experimentada como raiva. Nossos sentimentos condensam o mundo e tornam-no mais acessível para nós. Sem sentimentos o mundo é remoto.
A vida deve ser vivida no presente porque é só no presente que somos capazes de exercer qualquer controle sobre nossas vidas. Não podemos mudar nosso passado, o futuro está se formando continuamente no presente. Precisamos aprender a investir nossa energia no presente, onde ela nos trará mais benefícios. Se cuidarmos do presente com sinceridade, sem fingimento ou desculpas, o futuro cuidará de si mesmo.
Todas as criações do gênio humano e todos os atos de piedade ao longo dos séculos, se bem que evidenciem suas premissas, não mudam o fato de que o homem está sempre apegado a uma mente finita, num sistema infinito. Seu mais alto sentido, seu sentido criador, ainda que lhe tenha proporcionado algum indício de imortalidade, permitindo-lhe criar coisas cuja existência ultrapassa o homem, parece lhe ter oferecido pouco para achar o caminho pra percorrer o caminho entre suas limitações intelectuais e as forças infinitas que nele atuam. Talvez esse vazio possa ser preenchido. Talvez ninguém possa, verdadeiramente compreender o cosmo ou porque fomos feitos com consciência de nossa jornada nesse mesmo cosmo. Não obstante, estamos vivos porque sentimos a vida, e temos de cuidar de preservar os dons que nos tiverem sido concedidos.
Se não podemos entender o mundo maior, podemos podemos concentrar nossa atenção no mundo interior, o mundo dos sentimentos, e lá estabelecer uma ordem e uma compreensão. Se podemos sentir e sermos nós mesmos e permitirmos que nossos sentimentos fluam para onde eles parecem naturalmente inclinados, nós nos sentiremos melhor - sendo o melhor de nós mesmos.
Talvez esta, afinal de contas seja, a melhor aspiração que podemos ter: sermos o melhor de nós mesmos. Na liberdade de sermos o melhor de nós mesmos, poderemos permitir que os outros sejam tudo quanto quiserem ser. Assumimos a responsabilidade por nossas vidas, e atuaremos sobre nossos sentimentos, fazendo o que para nós parece ser direito, tomando decisões importantes em nossas vidas em função de nossos próprios interesses esclarecidos. Só depois que cada um de nós garante sua própria sobrevivência, que podemos com liberdade ajudar os outros de uma maneira não determinada por nossas necessidades. Raramente se percebe cobiça nas pessoas que a si mesma se completam.
Ser rico é não precisar de nada. É impossível adquirir tudo, se bem que algumas pessoas ainda o tentem; mas, lamentavelmente, pouquíssimas pessoas estão desejosas de assumir o risco de serem o melhor de si mesmas, para descobrirem quem realmente elas são e usarem seus sentimentos como o melhor guia nesta procura.
Cada um de nós tem o direito de levar à sério sua própria vida e descobrir qual o destino que a natureza nos reservou. Se todos seguissem a sugestões da sua "voz" interior, o mundo mudaria para muito melhor. Assim também - desconfio - mudaria o mundo exterior.
Se cada um de nós usasse seus sentimentos como guia para percorrer o caminho para nos tornarmos o melhor de nós mesmos, pelo menos estaríamos no caminho da descoberta da realização em nossa própria vida, e o mundo maior começaria a ter sentido. A pessoa que não for compreensível para si mesma não pode esperar experimentar um mundo que tenha muito sentido.
Se cada pessoa seguisse seus sentimentos, encontraria a direção que realmente está procurando - sem dogma, culto, governo ou guru.
A luz que você está procurando é interior.
A luz é vida, é amor é você.
Ache-a, nutra-a, partilhe-a.
Procurá-la é participar do infinito.
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