Parêmia de Outono
Já é Outono. Anoitece
O frescor da noite é suave. Terno e afetuoso.
Noite de vida, noite de ardor
Outono das manhãs azuis de abril
De renovação e da esperança da Páscoa
Outono rosado pelas flores da Quaresmeira
Outono rosado pelas flores da Paineira
Outono alaranjado pelas flores da Espadódia
Já é Outono. Suavemente Outono...
Outono azulzinho e branquinho
pela florada das Flores de Maio.
Outono amarelado pelas flores da Aleluia
Outono de ternura do mês de maio
Já é Outono. Docemente Outono...
A Aurora tem uma cor branca rosada
tão livremente pura como o próprio alvorecer da esperança
Esperança que se funde e se dilui na nebulosidade
de uma tarde de Outono
E que se torna a seiva da vida num raio de Sol
que se mistura no esbranquiçado da nuvem.
Já é Outono. Entardecer.
E ver o passeio de uma borboleta
passeando pelas alamedas do Outono
e ver uma coruja que pia o encanto
de um pôr-do-sol tingida pela neblina
É saber do prazer do refolhar das folhas buscando vida no Outono...
E sentir a pulsação da vida no ato
de preparar a terra para que seja regada
com as primeiras águas de Outono.
Outono. Um pássaro cortando o espaço
Tentando alcançar o azul da alma e dos sonhos
Tempo de plantio da esperança;
tempo de semeadura de paz;
tempo do desabrochar do amor
tempo de acreditar que a vida vale a pena ser vivida
tempo de próprio tempo.
Passando...passando...passando
Valdemar Augusto Angerami
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