É muito comum nos dias de hoje, tanto no consultório como nas conversas informais, ouvir pais reclamando dos filhos adolescentes dizendo não saberem o que fazer, pois não conseguem ser respeitados pelos filhos pela dificuldade de impor limites.
Estas reclamações acabam sendo reflexo da horizontalidade nas relações parentais ocorridas nos últimos anos, com base nas contribuições da psicologia e da pedagogia que, na minha opinião, geraram distorções fruto de um processo ainda em curso de ajuste
pelas demandas do mundo moderno, como o acesso à informação e outras variáveis que acabam por interferir na relação entre país e filhos gerando muitos conflitos.
Os teóricos do comportamento humano e da pedagogia foram hábeis ao perceber a importância das relações parentais para a construção de uma identidade saudável na vida adulta se opondo ao modelo autoritário anterior, o que não significa ir para outro extremo que é o da permissividade. Não creio seja o caso de culpar as "novas teorias".
Na minha opinião, é o nosso processo natural de aprendizado ao absorver novas ideias. Um movimento ainda acontecendo. A família está mudando.
Os conflitos de gerações sempre existiram também e encontrar "o caminho do meio"
Os conflitos de gerações sempre existiram também e encontrar "o caminho do meio"
parece ser grande desafio das novas gerações de pais, ou seja, dar limites e observar se o jovem está apto para receber cada vez mais liberdade e assumir maiores responsabilidades.
Autoridade não se impõe, se constrói sendo os pais as pessoas mais indicadas a trilhar este caminho, que pode ser árduo sabemos, junto aos jovens. Muitos pais se sentem perdidos em dar limites ao filhos revoltados.
O psicanalista Rollo May estabelece a fase da rebelião que se trata do desenvolvimento do ser e da auto- consciência por meio do contraste com os adultos, a partir não "não"dos dois anos de idade para o "de jeito nenhum" do adolescente. A pessoa rebelde quer liberdade mas não tem consciência da responsabilidade que implica o seu gesto ou seja, durante a adolescência , o filho precisa construir a sua própria personalidade, para isso negará os pais, desqualificando-os.
Saber que este momento é uma fase natural do crescimento do jovem pode ajudar aos pais a terem maior maturidade e sabedoria para suportar as negações do filhos e conduzi-los pelo caminho que seja correto. e por mais trabalhoso que possa parecer, pode dar início a uma uma relação rica e mais equilibrada onde todos evoluam e fiquem bem.
Regina Bomfim
Regina Bomfim
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