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VONTADE DE COMER DOCES





Sempre fui magra e nunca me preocupei com dieta. Até que um dia meu colesterol ficou muito alto e fiquei pré-diabética duas vezes. Isso aconteceu aos quarenta anos... a partir daí, minha relação com a comida passou a ser diferente. A maior parte do que como hoje é saudável - legumes, verduras, frutas, grãos - não há nada que não goste de comer, mas por outro lado a-d-o-r-o doces e salgados. Como de tudo, não faço nenhuma restrição radical de nada, mas passei a observar em mim uma vontade imensa de comer doces que costumam me dar uma saciedade maior.  Vi que tenho compulsão. Faz tempo que não compro chocolate, mesmo optando pelo meio amargo, eu como tudo até ver o fim.

Em função desta história acima, estabeleci que iria reservar os finais de semana para consumir estes alimentos que gosto e nos dias de semana diminuiria o pão e os doces. Quem disse que estou conseguindo? Sempre acabo quebrando minha promessa.

Não sou nutricionista (já consultei e minha tentativa de rotina se baseia na prescrição de uma). Pode ser temerário fazer um post sobre alimentação, mas importa deixar claro que a atividade física regular e a boa alimentação é um cuidado com a saúde que habilita a todos os profissionais do ramo (eu sou!) a indicar a seus clientes deixando a cargo destes a tarefa de procurar o especialista para uma visão mais personalizada. Existem estudos sobre a relação entre alimentação não saudável e transtornos mentais e é por este caminho que pretendemos trilhar.

Crescem as evidências de que problemas de depressão, ansiedade e déficit de atenção, Alzheimer entre outros podem estar relacionados com o consumo de certos alimentos. Cientistas começam a postular que o sustento do corpo também alimenta a mente.  Embora não haja ainda uma relação de causa e efeito conclusivo, mas resultados robustos indicam que a relação entre o que se come pode influir positiva ou negativamente a saúde mental.

Em 2015, um grupo de cientistas ligados à Sociedade  Internacional para Pesquisa Nutricional Psiquiátrica (ISNPR) publicou na revista The Lancet Psychiatry começam a admitir o reconhecimento da alimentação é "determinante central tanto da saúde física quanto mental. Mesmo sabendo que os determinantes da saúde mental sejam complexos, as evidências emergentes e convincentes de que a nutrição é um fator crucial na alta prevalência e incidência de distúrbios mentais e sugerem que a dieta é tão importante para a psiquiatria quanto a cardiologia, a endocrinologia e a gastroenterologia".

Os autores também argumentam que apesar dos grandes investimentos em diagnóstico e tratamento farmacológico, a nutrição pode ser uma nova ferramenta para auxiliar no combate a transtornos graves e incapacitantes, uma vez que as inovações nos medicamentos têm beneficiado pouco os pacientes. A depressão é a doença que mais provoca afastamento do trabalho atingindo 400 milhões de pessoas em todo planeta. Nos últimos anos os tratamentos contra a depressão falharam, sugerindo que há outros fatores que podem estar influenciando.

Há médicos defensores da abordagem nutricional no combate aos transtornos mentais que prescrevem uma ação mais preventiva nos distúrbios comuns, como principalmente depressão e ansiedade, o que já acontece com doenças cardiovasculares e câncer. 

Os profissionais de saúde começam a perceber a importância do conceito de prevenção mesmo considerando que a etiologia (a origem) dos problemas mentais tenham múltiplos fatores. E o aspecto nutricional está cada vez menos sendo ignorado na saúde mental. Há muitos estudos científicos nesta direção e cada vez menos podemos fugir do investimento em uma alimentação saudável rica em grãos integrais, vegetais, frutos do mar, soja etc porque ajudarão de algum modo na nossa qualidade de vida.


Photo by Rezel Apacionado on Unsplash

Para os que como eu, que conseguem ter uma alimentação balanceada, mas sofrem para reduzir o açúcar 
1. Comer alimentos como pão branco, bolos, biscoitos, alimentos de alto índice glicêmico chamados de carboidratos simples. eles provocam picos de açúcar no sangue. Por serem diluídos rapidamente, faz com que o corpo exija uma dose extra de energia, aumentando a vontade de comer doces. Um círculo vicioso! Para fugir do mesmo, apostar em carboidratos de baixo índice glicêmico como frutas, vegetais, grãos e alimentos integrais que estabiliza a energia e afasta o desejo por açúcar (Ai, ai tem que ter muito foco!! No meu caso essa opção não dá saciedade! rs rs Foco mulher!).

2. Quem bebe muito café ou bebidas ricas em cafeína pode ter a vontade de açúcar aumentada. Isso porque a substância estimulante altera as papilas gustativas, reduzindo a sensibilidade do paladar a alimentos doces. Ou seja, o exagero no açúcar pode estar acontecendo pela impossibilidade de identificar o sabor adocicado real das coisas que ingere (Eu com o café!! Agora tirei até o adoçante gente essa coisa vicia!!).

3. Usar adoçante artificial pode não reduzir a vontade de consumir alimentos açucarados. Estudos apontam que adoçantes também atrapalham o paladar, uma vez que níveis de doçura do produto afetam as papilas gustativas no mesmo grau que o açúcar.

Procure um nutricionista! A saúde é cada vez mais entendida numa dimensão ampla. É o ser integral. Deixe sua experiência, compartilhe.


Photo by Brooke Lark on Unsplash

Alguns Links para sua pesquisa. 

 (Alimentação e Saúde Mental)

Conselho Federal de Nutrição


Regina Bomfim







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