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BICHOS E RAÍZES URBANAS: QUANDO A VIDA INSISTE





Impossível fotografar. Pelo menos para a minha pouca habilidade. Num destes longos feriados, pude observar no fim da tarde uma alegre e sonora revoada de pássaros. São novos sons de um grupo diferente, trazendo um som como de papagaios. São verdes - Brasil me parecem um pouco menores do que os famosos pássaros domésticos que viraram até desenho da Disney.

O interessante é o fato de morar em um lugar que tem muitas árvores, mas é bem urbano, com muitos prédios ao redor. Da minha cama posso olhar o céu, ver o vermelhos e outros tons de um dia que amanhece trazendo o sol, assim como o céu cinzento com suas aves voando em círculo às vezes trazendo a chuva. Adoro olhar o céu.




Por volta das 16h esta algazarra cheia de vida voando tão rápido em bandos numa "festa animada" encanta. São breves momentos, quase não dá para vê-los. Tem também de manhã quase sempre um Bem-te-vi que que fica cantando no pára raio de um prédio vizinho. Há muitos "bichos urbanos" também na minha memória, bichos que diminuíram, sumiram, bichos que via na infância... Ouvia morcegos, via mariposas. Uma cigarra já entrou em casa e cantou tão alto o seu canto de amor, assim como lagartixas... É claro que nem sempre era poético. Era tenso.rs.




Será que algum biólogo já estudou sobre os "bichos urbanos" num dado local? Será que existe um "bioma" nas grandes cidades? Como é esta vida que insiste e se adapta?

Quando vejo uma borboleta ou uma árvore em flor me dá uma alegria e um sentimento de privilégio por ver uma obra de arte da natureza em meio ao agito da nossa "selva de pedra". Ah, borboletas, amo... 

A natureza me ensina e me faz lembrar da esperança, da força, desta insistência, das metamorfoses tão necessárias no caminho evolutivo e da profusão de formas e cores como um convite para apreciar o diverso de cada um. 

A psicologia está na observação natureza que muitas vezes é a analogia da nossa vida emocional, assim como a sua contemplação ativa mecanismos orgânicos relacionados ao bem estar e na preservação pela interdependência que nela existe. Que um dia possamos não mais nos iludir: fazendo mal ao ambiente fazemos mal a nós mesmos.

Regina Bomfim

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