É maravilhoso se sentir amado por alguém, sentir que a pessoa que você é, de algum modo enriquece a vida de alguém. Mas até no amor, isso pode ser uma "faca de dois gumes", porque a pessoa que te ama pode te ver apenas como alguém que faz um bem, não te vendo como uma pessoa com vida própria que, além de se alegrar em corresponder ao amor recebido, tem outras buscas e necessidades fora da "órbita" da relação amorosa, seja amizade, familiar ou qualquer outra. É a ideia do "ter" alguém. Gostoso só na poesia, na canção de amor... Ponto.
Se numa ocasião a pessoa manifestar um desejo do seu ser, diferente da expectativa que foi colocada pelo outro, isso pode abalar a "estabilidade" da relação. Se a pessoa que te ama te vê como um bem e não como pessoa única, mutável, vai ocorrer um estranhamento.
Na minha opinião, há amores que as pessoas vivem como se as outras fossem parte delas. Acham que o amor é "estar junto e misturado" não um encontro de duas pessoas únicas. Aquele tipo de relação tende a abrir caminhos para algum tipo de abuso, enquanto este as bases são mais realistas.
É um exercício ver um encontro de amor, amizade, família como uma benção vivida no presente e como algo mutável, sem o "tem que ser" uma história com princípio, meio e fim à la música de Fábio Jr...rsrs. É já estar "no lucro" porque se permitiu a este perfume! Exercício.
É importante estar atento para este o tipo de relação que se constrói e o que se coloca no outro. Isso pode acontecer sem que as pessoas envolvidas se deem conta.
Na minha visão, o amor que tende a ser mais gratificante é aquele que acolhe o outro em sua diversidade, enxergando o outro como pessoa única que tem seu próprio caminho. Se num relacionamento isso for considerado estranho e até ofensivo, é importante repensar a relação e principalmente a si mesmo.
Regima Bomfim
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