As mulheres durante anos foram colocadas num lugar de silêncio imposto - o silêncio para não incomodar, o silêncio para não magoar... Afinal, a mulher deve ser alguém para zelar pelo bem estar de todos, alguém que deve sempre em seu agir utilizar métodos indiretos, "contornar' para não... Há tantos para não...
Esta característica está também presente em relacionamentos, onde certos assuntos não podem ser falados e quando se percebe a relação fica "engessada" e tudo vira tabu. A mulher no contexto familiar, ainda é vista como a guardiã da harmonia psíquica familiar, deve cuidar de todos. Sempre para o bem de todos.
Há mulheres não maternais que foram criadas como "um igual" ou que em algum momento recusaram este papel são exemplo de que pessoas são uma variação infinita de possibilidades. A mulher que é direta em seus posicionamentos ainda é vista com certa reserva, até como não feminina, apesar dos avanços. Vivemos momentos de atitudes afirmativas. Ainda é preciso afirmar.
Isso não quer dizer que as pessoas não devam ter o direito, mesmo num relacionamento, manter a privacidade sobre algum ponto considerado muito íntimo. Minha vida não é um livro 100% aberto.
Há silêncios nas relações que são sustentados por supervalorizarem certas coisas, por expectativas de aborrecer pessoas... Quando tal assunto por algum motivo vem à tona nem causa tanto o problema que foi imaginado. Guardadas as devidas proporções (às vezes até igual) , certos silêncios são como o silêncio imposto pelo pedófilo. Há silêncios que podem ser muito tóxicos.
Cada um sabe daquilo que deve ou não revelar, mas vale refletir se alguns silêncios devem ser mantidos, pois romper certos silêncios pode trazer leveza, proximidade, confiança e clareza. E é bom quando o silêncio é rompido numa busca de respeito ao outro. Pode ser que não gostem, mesmo com todo cuidado. Faz parte. Sabe os gregos e troianos?
Será que amar, a pretexto de 'viver em paz' cabe apenas concordar com o outro, ser e dizer somente o que a pessoa quer ouvir? Se os contratos verbais e não verbais de uma relação amorosa seja de que natureza for, não contiver "cláusulas" sujeitas à uma flexibilização fruto das mudanças naturais de cada ser humano, "atenção". Caminhar com alguém numa curta ou longa estrada é sempre se perguntar: 'vale a pena?' se a resposta for sim, apesar de tudo, ok!
Será que amar, a pretexto de 'viver em paz' cabe apenas concordar com o outro, ser e dizer somente o que a pessoa quer ouvir? Se os contratos verbais e não verbais de uma relação amorosa seja de que natureza for, não contiver "cláusulas" sujeitas à uma flexibilização fruto das mudanças naturais de cada ser humano, "atenção". Caminhar com alguém numa curta ou longa estrada é sempre se perguntar: 'vale a pena?' se a resposta for sim, apesar de tudo, ok!
É importante deixar claro que aqui estamos nos referindo ao que é imposto a mulher. Se existe alegria e leveza em assumir esta posição nutridora no contexto de um relacionamento, mesmo nas piores horas, é sinal que foi uma decisão livre e merece todo respeito quem assim age.
A violência nas relações que ainda acabam por sobrecarregar a mulher impedindo que outros aspectos do seu ser se manifestem, é repleto de sutilezas, de acontecimentos que se tornaram "naturais" em nossa cultura patriarcal. Não é só a violência física e sexual que é grave. É importante também incluir homens parceiros, abertos ao debate, a repensar conceitos. É preciso estar atento e forte!
Regina Bomfim
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