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FABIO ASSUNÇÃO: MÁSCARAS, NOSSAS MÁSCARAS

FÁBIO ASSUNÇÃO: MÁSCARAS, NOSSAS MÁSCARAS




Desenvolver um olhar mais atento ao cotidiano e a si mesmo é um exercício de pouco a pouco estabelecer uma relação mais ativa com a realidade. Influenciamos e somos influenciados pelo mundo, somos mente e corpo, razão e emoção.



As máscaras de carnaval "satirizando" o problema de saúde do ator Fábio Assunção, mostram o quanto a nossa sociedade ainda entende a dependência química, não como uma doença, mas como um desvio moral, deixando evidente a visão ainda distorcida de tudo que se relaciona à doença/saúde mental, o que é chamado de psicofobia - atitude preconceituosa para com o portador (a) de transtorno psiquiátrico seja leve ou grave.

A pessoa que se assume corajosamente com problemas de saúde mental é muitas vezes considerada alguém "que faz corpo mole diante da vida", "não tem força de vontade" etc. Esta atitude contribui para a ideia do sofrimento emocional de qualquer grau é uma fraqueza, algo a ser escondido, ignorado. Nem é preciso dizer o quanto tal mentalidade pode enfraquecer o investimento pessoal daquele que se trata e deseja se tratar, tornando o indivíduo mais suscetível a recaídas e /ou  negação dos sintomas, acabando por aumentar a sua gravidade. Pode acontecer ou não, mas é fundamental a construção ao longo do processo de mecanismos saudáveis para evitar a primeira dose.

Quando se brinca com as fragilidades alheias há o esquecimento das próprias fragilidades. As fragilidades do outro, as nossas fragilidades ainda negadas... Tudo isso ainda se mistura em jogos que ainda não percebemos. Ninguém brinca com quem faz hemodiálise... Assim caminha a Humanidade. Aprendizados, cedo ou tarde no tempo de cada um se concretizarão. No dito de Liev Tolstoi, o progresso moral da humanidade é sempre lento

A dependência química é catalogada como problema social pela Organização Mundial de saúde e também como transtorno mental e doença crônica no manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Quem possui este distúrbio metaboliza de modo diferente a substância da qual é dependente - o que torna bastante difícil conter o vício,  tendo por conseguinte, um impacto significativo na vida social, emocional e na saúde física  do indivíduo. O tratamento é possível, dura de três meses a um ano com medicamentos e grupos terapêuticos com abordagem multidisciplinar.

COMO IDENTIFICAR SE É DEPENDENTE


  1. Você sente um forte desejo de consumir uma substância?
  2. Tem dificuldade para deixar de usar, controlar a quantidade ou interromper o uso quando já iniciou?
  3. Sente desconforto físico se não usa?
  4. Percebe que boa parte das atividades de prazer está relacionada a situações em que pode usar a substância?
  5. Aumentou a dose para continuar a sentir o efeito?
  6. Continua a usar apesar das consequências negativas (na família, no trabalho etc?
Se respondeu "sim" ao menos três vezes é bom procurar ajuda profissional.

Fonte da pesquisa: O Globo

Regina Bomfim

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