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TEXTO SEM TÍTULO



TEXTO SEM TÍTULO


O meu eu é um terreno baldio cheio de entulhos. Entulhos jogados no meu terreno fruto de obras alheias e entulhos acumulados de minhas próprias obras...

Estar dentro do próprio corpo, na sua própria pele, é um exercício de limpar o terreno do eu para que somente o que for importante permaneça e assim seja possível ter o que dar para o outro, para o mundo. Isto é autocuidado.

Estar no meio de uma pandemia é ter contato com o medo e tantos sentimentos desconfortáveis fruto da impossibilidade de prever o que vai acontecer, quanto tempo tudo isso vai durar... Foi um grande "balde de água fria" na nossa certeza de controle.

A ansiedade neste cenário, vem quando colocamos em nossa vida um excesso de futuro e a depressão vem quando há um excesso de passado pelo que fiz ou deixei de fazer.

E este medo é muito concreto pois envolve a saúde pessoal, da família e amigos, a perda da renda. A pandemia tem também posto em evidência nossas mazelas sociais, o que há de bom assim como o que há de ruim em nós.

Não podemos negar que este é um tempo diferente para todo mundo, pois vivemos em diferentes graus um monte de desafios dentro e fora de nós,

Viver um dia de cada vez parece ser um modo bem básico de cuidar de si, de quem amamos e mesmo assim, pode ser bem pesado em certos momentos estar em sua própria pele...

Oxalá seja possível sairmos melhor disso do que entramos, porque nada será como antes. Retomar ao velho ritmo vai levar um tempo na economia mundial.

 "Há muita coisa sobre o Céu e a Terra do que supõe a nossa vã filosofia". É, ainda há.. Em algum momento vamos ter que lidar com isso. Cada um do seu jeito. Cada um no seu tempo.

As sabedorias orientais nos legaram ensinamentos sobre a importância da respiração. Respirar fundo como exercício acalma a mente, abrindo caminho para novas tomadas de decisões, melhor saúde física e mental administrando o estresse, dentre tantas técnicas da medicina oriental (indiana, no caso).

*Olhe para o peixinho, inspire fundo, segure três tempos e expire conforme o peixinho vai descendo. Vai com calma, é um novo jeito, pode ter tontura. É um exercício respiratório que alguns psicólogos e psiquiatras, inspirados nas técnicas orientais, sugerem no manejo de uma crise de ansiedade, o que não é feito de modo isolado.

Este texto não me trouxe um título, talvez por causa destes tempos ainda tão indefinidos. Falo isso tudo antes para mim. Cada um está dentro da sua pele, habitando o seu corpo agora. Antes e depois desta pandemia. E sempre teremos que conviver com o fato de estar na própria pele. Até o fim...

 É a única certeza que temos no meio de tantas tentativas de prever o que será: Estar na própria pele. Cuide-se. Se precisar de ajuda, procure.
Regina Bomfim 

*Obs: Recebi por whatsapp um vídeo de um peixinho ilustrando este exercício respiratório, mas não consegui usá-lo para aparecer no blog. Caso queira ver a animação acesse, o Facebook (@psicologiaemfoco1) ou o Instagram (foco_psi).


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